Caso de Özil mostra aumento do racismo na Europa, diz governo da Turquia
O jogador alemão deixou a seleção de futebol alegando ter sofrido descriminação por parte da federação, após se reunir com o presidente da Turquia
EFE
Publicado em 23 de julho de 2018 às 14h39.
Istambul - O governo da Turquia defendeu nesta segunda-feira a decisão do jogador alemão de origem turca Mesut Özil de se retirar da seleção da Alemanha e afirmou que o episódio envolvendo o jogador mostra que há um aumento do racismo na Europa.
"Há uma crise na Europa. Chegou a tal ponto que entra em conflito com os valores universais. Isso nos deixa muito incomodados. Infelizmente, vemos que as liberdades e direitos humanos minguaram na Europa e há um aumento do racismo e da discriminação. A decisão de Özil nos parece justa e correta", declarou o porta-voz do Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP), Mahir Ünal.
O meia do Arsenal anunciou neste domingo por meio de suas redes sociais a sua saída da seleção alemã devido a uma polêmica após ter sido fotografado ao lado do presidente turco e líder do AKP, Recep Tayyip Erdogan, e que foi interpretada como apoio à campanha dele nas eleições de 24 de junho. Erdogan também mantém uma relação de tensão com a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, que, no entanto, manifestou apoio à decisão do atleta de 29 anos.
O jogador do Arsenal se tornou alvo de críticas de torcedores, jornalistas e até dos principais dirigentes da federação de futebol do país.
"Para mim, tirar uma foto com o presidente Erdogan não tem nada a ver com a política ou com as eleições, mas com o respeito para o cargo máximo do país da minha família", explicou Özil.
O ministro das Relações Exteriores turco, Mevlüt Çavusoglu, ligou nesta segunda-feira para o jogador para, assim como Merkel, demonstrar-se solidário.