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Caso de Cleveland traz esperança a famílias de desaparecidos

Três mulheres que ficaram em um cativeiro durante uma década conseguiram escapar nesta semana

Casa onde as mulheres foram encontradas: a casa se transformou em um local de manifestação de outras famílias que perderam entes queridos (Bill Pugliano/AFP)
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Da Redação

Publicado em 10 de maio de 2013 às 08h25.

Cleveland - A casa na cidade de Cleveland onde na última segunda-feira foram descobertas três jovens que estavam desaparecidas há uma década está se transformando em local de manifestação de outras famílias que perderam entes queridos e esperam ajuda para encontrá-los.

Tania Adkins era uma das que andavam entre a multidão de jornalistas e câmeras que se amontoam em frente à casa de Ariel Castro, onde vizinhos e a polícia de Cleveland encontraram e resgataram as três jovens que estavam desaparecidas. A moça usava uma camisa com fotos de sua irmã, Christina. Ao lado dela, a madrasta exibia um cartaz pendurado no pescoço.

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Christina Adkins desapareceu em 1995 perto da casa de Castro, acusado pela polícia de sequestro , estupro e outros abusos físicos de Amanda Berry, Georgina (Gina) DeJesus e Michelle Knight, as três jovens que na segunda-feira escaparam de uma década de horrores na residência número 2.207 da avenida Seymour.

Na noite de segunda-feira, após deixar o trabalho e voltar para casa, os vizinhos de Tania lhe avisaram que a poucos quarteirões de distância a polícia havia resgatado três mulheres que tinham desaparecido quando eram adolescentes.

"Meus vizinhos vieram correndo para (minha) casa. Pensei que algo ruim tinha acontecido com algum parente deles e que precisavam de ajuda, mas me disseram que ligasse a televisão, porque talvez Christy pudesse estar lá", declarou Tania à Agência Efe.

Em vez de ir à casa dos horrores na avenida Seymour, Tania começou a percorrer os hospitais com a esperança de que uma das três jovens fosse sua irmã, desaparecida pouco dias antes de completar 18 anos de idade e quando estava grávida de cinco meses.


"Minha esperança era que (ela) fosse uma das meninas da casa e que estivesse no hospital. Realmente esperava que estivesse viva. Isso renovou nossas esperanças" explicou.

Tania não é a única que tem ido à casa de Ariel Castro nas últimas horas com a esperança de encontrar um parente desaparecido.

Os rumores surgiram na quarta-feira quando se soube que agentes do FBI usando macacões brancos, carregando pás e levando um cão farejador estavam revistando uma casa perto da de Castro.

Um dos primeiros nomes que surgiu como sendo o de outra possível vítima de Castro foi o de Ashley Summers, que desapareceu perto da Avenida Seymour em 2007 quando tinha 14 anos de idade.

A princípio, a polícia de Cleveland considerou que Ashley havia fugido de casa, porque seu desaparecimento aconteceu pouco após uma briga com sua família. Porém, segundo veículos de imprensa locais, posteriormente a polícia ligou seu caso ao de Amanda e Gina.

Embora as famílias das três jovens tenham agradecido publicamente pela ação da polícia de Cleveland, no passado a família DeJesus já havia criticado as autoridades policiais por parecerem não levar o caso a sério quando a denúncia do desaparecimento foi feita.

Tania Adkins também criticou o modo como a polícia local e o FBI trataram o caso de sua irmã: "Não recebi nenhuma informação nem da polícia, nem do FBI que me faça pensar que estão fazendo algo pelo caso da minha irmã" disse Tania enquanto distribuía folhetos com fotos de sua irmã.


Durante anos, a família de DeJesus também distribuiu, de tempos em tempos, folhetos semelhantes com a esperança de que alguém reconhecesse Gina e lhes desse uma pista de seu paradeiro. Ninguém poderia imaginar que a jovem estava presa no mesmo bairro e a poucos quilômetros de casa.

Vizinhos dos DeJesus disseram à Agência Efe que é muito difícil para a comunidade porto-riquenha de Cleveland acreditar que alguém mais da família Castro esteja envolvido no sequestro das três jovens.

"Os Castro são bem conhecidos aqui, têm negócios e inclusive são um pouco envolvidos em política. São uma boa família, mas Ariel parece ser a ovelha negra", declarou um vizinho da família DeJesus.

Mas a maioria dos moradores manifestaram alegria pela libertação das três jovens.

"É uma emoção para a comunidade, não só para a de Cleveland, mas para toda a comunidade hispânica. Estamos muito felizes e agradecidos a Deus por ter feito o milagre de (fez com que) essas moças aparecerem. E, como a mãe de Gina disse, este é o melhor presente de Dia das Mães", disse Luis López, um dos vizinhos da família DeJesus.

Enquanto isso, Tania espera seu milagre particular.

"Estou com esperanças renovadas de que poderemos encontrá-la viva apesar de terem se passado 18 anos. Sentimos que, com a cobertura da imprensa, agora podemos achá-la", declarou.

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