Casa Branca forma equipe especial para escolher novo juiz da Suprema Corte
Trump quer anunciar seu candidato na próxima segunda (9) para substituir Anthony Kennedy, um juiz conservador moderado que anunciou sua aposentadoria
EFE
Publicado em 2 de julho de 2018 às 15h49.
Washington - A Casa Branca anunciou nesta segunda-feira a formação de uma equipe destinada a escolher um novo juiz para a Suprema Corte e pressionar para que sua nomeação seja confirmada no Senado, uma batalha que se tornou prioritária para o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump , que quer deixar uma marca conservadora no alto tribunal.
Trump planeja anunciar em uma semana, no dia 9 de julho, seu candidato para substituir Anthony Kennedy, um juiz conservador moderado que na última quarta-feira anunciou sua aposentadoria.
Para cumprir esse prazo e depois superar a campanha de confirmação, o presidente contará com uma equipe liderada pelo escritório do advogado da Casa Branca, Don McGahn, informou hoje a porta-voz do governo, Sarah Huckabee Sanders.
O "número dois" de Sarah, Raj Shah, deixará temporariamente seu cargo como porta-voz para trabalhar em tempo integral na equipe, onde será encarregado de "supervisionar a comunicação, a estratégia e a coordenação da mensagem" da Casa Branca com seus "aliados" no Congresso, segundo o comunicado.
E Justin Clark, o diretor do escritório de contatos públicos da Casa Branca, liderará a relação de Trump com as organizações conservadoras e grupos de pressão interessados.
Além disso, pessoal administrativo e "equipes do escritório do advogado da Casa Branca e do Departamento de Justiça já estão trabalhando para garantir que o presidente tenha todas as informações que precisa para escolher seu indicado", afirmou Sarah.
"O Departamento de Justiça está completamente envolvido para apoiar o processo de indicação e confirmação", acrescentou a porta-voz.
Trump prometeu que escolherá seu candidato entre uma lista pública de 25 nomes que contam com o sinal verde da direita cristã, se opõem ao aborto e prometeram proteger o direito ao porte de armas.
Os republicanos no Congresso querem que o novo juiz seja confirmado antes das eleições legislativas de novembro, enquanto a oposição democrata tentará atrasar o processo com a esperança de poder recuperar a maioria no Senado e bloquear qualquer nomeação de Trump.
Para o presidente bastaria uma maioria simples para confirmar seu candidato, mas os republicanos só controlam 51 das 100 cadeiras do Senado, e uma delas não conta porque pertence a John McCain, que se encontra em tratamento de seu câncer cerebral.
Portanto, os democratas só precisariam convencer um republicano a votar contra do candidato de Trump para que sua indicação não seja aprovada, e muitos olhares se concentrarm sobre a moderada Susan Collins.
Essa senadora disse neste domingo que não apoiará nenhum indicado que tenha "demonstrado hostilidade" em relação à decisão judicial que legalizou o aborto nos EUA em 1973, um tema que provavelmente terá um peso central na batalha de confirmação.
Mas isso não afasta a hipótese de Susan não apoiar um juiz que se oponha ao aborto, mas tenha mantido essa postura em silêncio, e inclusive se essa senadora votar contra o candidato de Trump, é possível que algum democrata moderado o apoie.