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Casa Branca diz que conversa entre Xi e Zelensky seria 'algo bom'

Pequim não condenou ou apoiou explicitamente a ofensiva russa na Ucrânia, embora tenha fornecido apoio diplomático a Moscou

O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA para Comunicações Estratégicas, John Kirby, na Casa Branca, em Washington, DC, em 2 de março de 2023 (AFP/AFP)

O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA para Comunicações Estratégicas, John Kirby, na Casa Branca, em Washington, DC, em 2 de março de 2023 (AFP/AFP)

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Agência de notícias

Publicado em 16 de março de 2023 às 18h56.

A Casa Branca disse, nesta quinta-feira, 16, que uma conversa entre o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e o líder chinês Xi Jinping seria "algo bom", e instou Pequim a não adotar uma visão "unilateral" do conflito.

"Achamos que seria ótimo se os dois conversassem", disse o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, John Kirby, a jornalistas quando questionado sobre uma reportagem do Wall Street Journal nesse sentido.

Assegurando que os Estados Unidos há muito "apoiam" um contato entre Xi e Zelensky, ele observou: "Acreditamos que é muito importante que os chineses ouçam o ponto de vista dos ucranianos e não apenas de Putin [presidente russo Vladimir]".

As aproximações da China e da Ucrânia

O Wall Street Journal afirmou no início desta semana que Xi planejava falar com seu colega ucraniano em breve, no que seria sua primeira conversa desde que a Rússia invadiu a Ucrânia há mais de um ano.

Segundo o jornal, a conversa pode ocorrer após uma visita prevista para a próxima semana do presidente chinês a Moscou.

Pequim não condenou ou apoiou explicitamente a ofensiva russa na Ucrânia, embora tenha fornecido apoio diplomático a Moscou.

O ministro das Relações Exteriores da China, Qin Gang, e seu colega ucraniano, Dmytro Kuleba, falaram por telefone nesta quinta-feira.

Kirby disse que os Estados Unidos não confirmaram que haverá uma cúpula entre Vladimir Putin e Xi, mas pediu a Pequim que evite buscar uma solução para a guerra que "reflete apenas a perspectiva russa".

Pedidos de paz

Em 24 de fevereiro, exatamente um ano após o início da invasão russa da Ucrânia, Pequim divulgou um documento de 12 pontos instando Moscou e Kiev a realizarem negociações de paz.

Kirby disse que o fato de a China destacar a necessidade de um cessar-fogo "parece perfeitamente razoável", mas na verdade "endossaria a conquista de [territórios] pela Rússia".

"Isso constituiria outra violação contínua da Carta da ONU", disse ele.

As forças russas que ocupam áreas da Ucrânia estão atualmente sob intensa pressão das tropas ucranianas com armas ocidentais.

De acordo com Kirby, um cessar-fogo permitiria a Moscou "entrincheirar ainda mais suas posições na Ucrânia, reconstruir suas forças... e retreiná-las para que possam retomar os ataques no momento de sua escolha".

Uma paz duradoura "não pode ser unilateral e deve absolutamente incluir e ser informada pelas perspectivas ucranianas e decisões ucranianas", disse ele.

A China foi recentemente acusada pelos Estados Unidos de considerar fornecer armas à Rússia, o que Pequim nega veementemente.

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