O bilionário mexicano Carlos Slim, que no Brasil controla a Embratel e a Claro, comprou nesta quarta-feira (10/9) 6,4% das ações do jornal americano <i>The New York Times</i>. Com a aquisição, Slim passa a ser o terceiro maior investidor da empresa, que é controlada pela família Sulzberger.</p>

O negócio acontece poucos meses após dois hedge funds - Harbinger Capital e Firebrand Partners - decidirem investir no jornal americano. Juntos, Slim e os dois hedge funds têm em mãos mais de 30% das ações classe A da companhia, acima dos 19% detidos pela família Sulzberger. Os Sulzberger, entretanto, são donos de quase a totalidade das ações classe B, o que lhes garante o controle da companhia.

O aporte de Slim vem em boa hora para o jornal. A migração de leitores e anúncios dos meios impressos para a internet tem impactado a receita dos jornais americanos - incluindo The New York Times -, que já sentem também o desaquecimento da economia. Segundo The Wall Street Journal, as receitas dos anúncios impressos do Grupo New York Times, que conta com 16 jornais além de The New York Times eThe Boston Globe, caíram 14% nos primeiros seis meses de 2008. As ações da empresa recuarem 32% nas últimas 52 semanas, chegando ao menor patamar em uma década.

 De acordo com The New York Times, Slim entregou à Securities and Exchange Commission (SEC, órgão americano que fiscaliza o mercado de capitais, equivalente à Comissão de Valores Mobiliários no Brasil) um documento indicando que não tem intenção de intervir nos negócios da empresa, ao menos por enquanto. À Reuters, o empresário afirmou que trata-se de um investimento financeiro e não uma estratégia para ingressar no mercado de mídia americano.