Campos de imigrantes da Malásia têm mais de 100 mortes em 2 anos
Saldo, que não havia sido revelado anteriormente, se baseia em dados do departamento de imigração malaio fornecidos à Comissão Direitos Humanos do país
Reuters
Publicado em 30 de março de 2017 às 10h12.
Kuala Lumpur - Mais de 100 estrangeiros morreram nos últimos dois anos nos centros de detenção de imigrantes da Malásia devido a doenças e causas desconhecidas, de acordo com documentos da Comissão Nacional de Direitos Humanos do país vistos pela Reuters.
O saldo, que não havia sido revelado anteriormente, se baseia em dados do departamento de imigração malaio fornecidos à comissão, que é conhecida pela sigla Suhakam. Houve 83 mortes em 2015 e ao menos 35 até 20 de dezembro de 2016.
Não ficou claro se o saldo de mortes é maior do que o de países vizinhos. Autoridades dos governos da Indonésia e da Tailândia disseram à Reuters que não divulgam tais números.
Mais da metade dos 118 mortos são de Mianmar, origem de dezenas de milhares dos refugiados que vão para a Malásia, incluindo muçulmanos rohingya fugindo da perseguição das autoridades de Mianmar e de sua população majoritariamente budista. A quantidade de baixas de rohingyas nos campos é desconhecida.
O primeiro-ministro malaio, Najib Razak, vem criticando duramente o governo de Mianmar e a líder Aung San Suu Kyi desde uma operação repressiva de suas forças de segurança realizada em outubro que obrigou muitos rohingyas a fugirem pelas fronteiras, em meio a diversas alegações de assassinatos em massa e estupros coletivos praticados pelos soldados. Ele pediu uma intervenção estrangeira para deter o "genocídio" em Mianmar.