Cameron ordenou cerco a revelações de Snowden, dizem fontes
Premiê britânico teria determinado ao seu principal assessor que buscasse impedir o jornal Guardian de publicar revelações de Edward Snowden
Da Redação
Publicado em 21 de agosto de 2013 às 10h49.
Londres - O primeiro-ministro britânico, David Cameron, determinou ao seu principal assessor que buscasse impedir o jornal Guardian de publicar as revelações de Edward Snowden sobre os programas secretos de espionagem dos governos britânico e norte-americano, segundo duas fontes ligadas diretamente ao assunto.
A notícia de que o chefe de gabinete Jeremy Heywood manteve contatos com o Guardian para tentar impedir as revelações arrasta Cameron para o centro da tempestade desencadeada pela resposta do governo britânico ao noticiário envolvendo Snowden, ex-prestador de serviços da Agência de Segurança Nacional dos EUA, hoje asilado na Rússia.
Alan Rusbridger, editor do Guardian, disse na terça-feira que, depois de o jornal revelar os programas de espionagem, ele foi procurado por "um funcionário de altíssimo escalão que dizia representar as opiniões do primeiro-ministro".
As fontes ouvidas pela Reuters identificaram esse funcionário como sendo Heywood, o principal assessor de Cameron para assuntos administrativos. "O primeiro-ministro pediu ao chefe de gabinete que lidasse com essa questão, isso é verdade", disse uma fonte à Reuters.
Apoiadores do governo dizem que as informações vazadas por Snowden podem ameaçar a segurança nacional. Grupos de direitos humanos, por outro lado, acusam o governo de ter violado a liberdade de expressão ao reagir às revelações.
Isso inclui a detenção, no fim de semana, do companheiro brasileiro do repórter do Guardian que publicou as revelações, e a notícia de que o jornal foi obrigado pelas autoridades a destruir os computadores que continham informações fornecidas por Snowden.
O brasileiro David Miranda passou nove horas detido no aeroporto de Heathrow, em Londres, período em que teve aparelhos eletrônicos confiscados e foi interrogado sobre as atividades jornalísticas do seu companheiro, que vive no Rio de Janeiro.
Uma porta-voz de Cameron disse que não discutiria casos específicos, mas que "se informações altamente sensíveis estiverem sido mantidas de forma desprotegida, temos a responsabilidade de protegê-las".
Cameron está de férias no sudoeste da Inglaterra.
O governo britânico vem tentando se distanciar da acusação feita por Rusbridger e da polêmica envolvendo a detenção de Miranda, com base em uma lei antiterrorismo. As autoridades dizem que ambas as situações atenderam a critérios operacionais de segurança.
Na terça-feira, a Casa Branca disse que não comentaria a destruição do material entregue por Snowden, mas o porta-voz John Earnest disse que seria inimaginável que autoridades dos EUA destruíssem discos rígidos de uma empresa de comunicações para proteger a segurança nacional. "É muito difícil imaginar um cenário em que isso fosse apropriado", disse.
A Grã-Bretanha diz que suas agências de segurança agem de acordo com a lei, e que os vazamentos propiciados por Snowden são uma ameaça à segurança nacional.
O Brasil disse ao governo britânico que considerava "injustificável" a detenção do seu cidadão, que estava fazendo conexão em Londres para voltar ao Rio depois de ir a Berlim apanhar novos arquivos com uma jornalista de Berlim também contactada por Snowden.
Advogados que representam Miranda abriram um processo contra o governo e a polícia, acusando-os de abusarem dos seus poderes de combate ao terrorismo para se apropriarem de materiais jornalísticos sensíveis.
A secretária britânica do Interior, Theresa May, disse na terça-feira que a polícia agiu corretamente ao deter Miranda, por considerar que ele estava de posse de "informações furtadas e altamente sensíveis, que poderiam ajudar terroristas, que poderiam colocar vidas em risco".
Londres - O primeiro-ministro britânico, David Cameron, determinou ao seu principal assessor que buscasse impedir o jornal Guardian de publicar as revelações de Edward Snowden sobre os programas secretos de espionagem dos governos britânico e norte-americano, segundo duas fontes ligadas diretamente ao assunto.
A notícia de que o chefe de gabinete Jeremy Heywood manteve contatos com o Guardian para tentar impedir as revelações arrasta Cameron para o centro da tempestade desencadeada pela resposta do governo britânico ao noticiário envolvendo Snowden, ex-prestador de serviços da Agência de Segurança Nacional dos EUA, hoje asilado na Rússia.
Alan Rusbridger, editor do Guardian, disse na terça-feira que, depois de o jornal revelar os programas de espionagem, ele foi procurado por "um funcionário de altíssimo escalão que dizia representar as opiniões do primeiro-ministro".
As fontes ouvidas pela Reuters identificaram esse funcionário como sendo Heywood, o principal assessor de Cameron para assuntos administrativos. "O primeiro-ministro pediu ao chefe de gabinete que lidasse com essa questão, isso é verdade", disse uma fonte à Reuters.
Apoiadores do governo dizem que as informações vazadas por Snowden podem ameaçar a segurança nacional. Grupos de direitos humanos, por outro lado, acusam o governo de ter violado a liberdade de expressão ao reagir às revelações.
Isso inclui a detenção, no fim de semana, do companheiro brasileiro do repórter do Guardian que publicou as revelações, e a notícia de que o jornal foi obrigado pelas autoridades a destruir os computadores que continham informações fornecidas por Snowden.
O brasileiro David Miranda passou nove horas detido no aeroporto de Heathrow, em Londres, período em que teve aparelhos eletrônicos confiscados e foi interrogado sobre as atividades jornalísticas do seu companheiro, que vive no Rio de Janeiro.
Uma porta-voz de Cameron disse que não discutiria casos específicos, mas que "se informações altamente sensíveis estiverem sido mantidas de forma desprotegida, temos a responsabilidade de protegê-las".
Cameron está de férias no sudoeste da Inglaterra.
O governo britânico vem tentando se distanciar da acusação feita por Rusbridger e da polêmica envolvendo a detenção de Miranda, com base em uma lei antiterrorismo. As autoridades dizem que ambas as situações atenderam a critérios operacionais de segurança.
Na terça-feira, a Casa Branca disse que não comentaria a destruição do material entregue por Snowden, mas o porta-voz John Earnest disse que seria inimaginável que autoridades dos EUA destruíssem discos rígidos de uma empresa de comunicações para proteger a segurança nacional. "É muito difícil imaginar um cenário em que isso fosse apropriado", disse.
A Grã-Bretanha diz que suas agências de segurança agem de acordo com a lei, e que os vazamentos propiciados por Snowden são uma ameaça à segurança nacional.
O Brasil disse ao governo britânico que considerava "injustificável" a detenção do seu cidadão, que estava fazendo conexão em Londres para voltar ao Rio depois de ir a Berlim apanhar novos arquivos com uma jornalista de Berlim também contactada por Snowden.
Advogados que representam Miranda abriram um processo contra o governo e a polícia, acusando-os de abusarem dos seus poderes de combate ao terrorismo para se apropriarem de materiais jornalísticos sensíveis.
A secretária britânica do Interior, Theresa May, disse na terça-feira que a polícia agiu corretamente ao deter Miranda, por considerar que ele estava de posse de "informações furtadas e altamente sensíveis, que poderiam ajudar terroristas, que poderiam colocar vidas em risco".