Exame Logo

Câmara italiana concede aprovação definitiva a novo governo

Governo liderado por Mario Monti recebeu apoio de 556 deputados e 61 votos contrários

Mario Monti agora é oficialmente primeiro-ministro da Itália (Alberto Pizzoli/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 18 de novembro de 2011 às 12h29.

Roma - A Câmara dos Deputados da Itália aprovou nesta sexta-feira o voto de confiança definitivo para o recém-constituído governo da Itália, formado integralmente por tecnocratas e liderado pelo premiê Mario Monti, que também assumiu o posto de ministro de Economia e Finanças.

Com 556 votos a favor e 61 contra, a Câmara deu o respaldo parlamentar final ao novo governo italiano, que com esta aprovação poderá começar a difícil caminhada para tirar o país da grave crise econômica que enfrenta.

O governo de tecnocratas de Monti, formado por 12 ministros com pasta e outros cinco sem, poderá começar seus trabalhos se basando nos três pilares anunciados ontem pelo premiê em discurso no Parlamento: rigor orçamentário, crescimento e igualdade.

Monti pediu às forças políticas que não outorguem a seu governo uma 'confiança cega, mas sim vigilante'.

'Estamos aqui com humildade, com espírito de serviço e de solicitação da contribuição ativa e crítica de todos', afirmou.

O ex-comissário da União Europeia utilizou seu discurso para esclarecer e contestar algumas das críticas que recebeu da imprensa e dos membros do partido Liga Norte, que foi aliado do ex-premiê Silvio Berlusconi e agora passou à oposição.

Ao falar sobre a exigência de que após esta experiência ele não se apresente como candidato a presidente do Governo nas próximas eleições, Monti ressaltou que seu Executivo ficará no poder pelo mesmo prazo da confiança que lhe foi outorgada, ou seja, até o final do mandato, previsto para 2013.

No discurso, que foi interrompido em várias ocasiões por aplausos do plenário, também rejeitou as críticas dos que acusam seu Gabinete de representar os 'poderes fortes', ao assegurar que 'se trata de acusações de pura fantasia, parciais e ofensivas', e que toda sua equipe trabalhará pelo bem do país.


Monti se referia, sobretudo, às críticas pela escolha de Corrado Passera, ex-conselheiro chefe do banco Intensa SanPaolo, entidade com participações em empresas como Telecom e Alitalia, e que é o novo titular da poderosa pasta de Desenvolvimento Econômico, Infraestrutura e Transportes e Telecomunicações.

O novo presidente do Governo italiano terá que negociar cada lei que quiser aprovar em um Parlamento heterogêneo, e que já rejeitou medidas no passado como as que o ex-comissário da UE pretende introduzir agora.

Angelino Alfanno, secretário-geral do partido Povo da Liberdade (PDL), do ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi, que se ausentou da Câmara durante o discurso de Monti, disse que não haverá nenhuma oposição ao imposto de bens imóveis, mas sim ao imposto sobre o patrimônio.

Em declarações à imprensa, Berlusconi afirmou que 'a situação do euro e do mercado é tal, que por isso se chegou conscientemente a esta situação, que não entra nos cânones da democracia, que prevê que os governos sejam escolhidos pelo povo'.

Sobre o governo de Monti, o ex-premiê afirmou que 'é uma invenção para dar uma resposta a uma situação difícil'. EFE

Veja também

Roma - A Câmara dos Deputados da Itália aprovou nesta sexta-feira o voto de confiança definitivo para o recém-constituído governo da Itália, formado integralmente por tecnocratas e liderado pelo premiê Mario Monti, que também assumiu o posto de ministro de Economia e Finanças.

Com 556 votos a favor e 61 contra, a Câmara deu o respaldo parlamentar final ao novo governo italiano, que com esta aprovação poderá começar a difícil caminhada para tirar o país da grave crise econômica que enfrenta.

O governo de tecnocratas de Monti, formado por 12 ministros com pasta e outros cinco sem, poderá começar seus trabalhos se basando nos três pilares anunciados ontem pelo premiê em discurso no Parlamento: rigor orçamentário, crescimento e igualdade.

Monti pediu às forças políticas que não outorguem a seu governo uma 'confiança cega, mas sim vigilante'.

'Estamos aqui com humildade, com espírito de serviço e de solicitação da contribuição ativa e crítica de todos', afirmou.

O ex-comissário da União Europeia utilizou seu discurso para esclarecer e contestar algumas das críticas que recebeu da imprensa e dos membros do partido Liga Norte, que foi aliado do ex-premiê Silvio Berlusconi e agora passou à oposição.

Ao falar sobre a exigência de que após esta experiência ele não se apresente como candidato a presidente do Governo nas próximas eleições, Monti ressaltou que seu Executivo ficará no poder pelo mesmo prazo da confiança que lhe foi outorgada, ou seja, até o final do mandato, previsto para 2013.

No discurso, que foi interrompido em várias ocasiões por aplausos do plenário, também rejeitou as críticas dos que acusam seu Gabinete de representar os 'poderes fortes', ao assegurar que 'se trata de acusações de pura fantasia, parciais e ofensivas', e que toda sua equipe trabalhará pelo bem do país.


Monti se referia, sobretudo, às críticas pela escolha de Corrado Passera, ex-conselheiro chefe do banco Intensa SanPaolo, entidade com participações em empresas como Telecom e Alitalia, e que é o novo titular da poderosa pasta de Desenvolvimento Econômico, Infraestrutura e Transportes e Telecomunicações.

O novo presidente do Governo italiano terá que negociar cada lei que quiser aprovar em um Parlamento heterogêneo, e que já rejeitou medidas no passado como as que o ex-comissário da UE pretende introduzir agora.

Angelino Alfanno, secretário-geral do partido Povo da Liberdade (PDL), do ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi, que se ausentou da Câmara durante o discurso de Monti, disse que não haverá nenhuma oposição ao imposto de bens imóveis, mas sim ao imposto sobre o patrimônio.

Em declarações à imprensa, Berlusconi afirmou que 'a situação do euro e do mercado é tal, que por isso se chegou conscientemente a esta situação, que não entra nos cânones da democracia, que prevê que os governos sejam escolhidos pelo povo'.

Sobre o governo de Monti, o ex-premiê afirmou que 'é uma invenção para dar uma resposta a uma situação difícil'. EFE

Acompanhe tudo sobre:Crise econômicaEuropaItáliaPaíses ricosPiigsPolítica

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Mundo

Mais na Exame