Caçada por arte expropriada dos nazistas mostra falhas
Segundo ex-ministro, decisão de pensionista contrasta com abordagem de museus que podem conter obras roubadas
Da Redação
Publicado em 8 de abril de 2014 às 19h17.
Berlim - A decisão de um pensionista alemão de permitir que especialista chequem seu acervo de <strong><a href="https://exame.com.br/topicos/arte">arte</a></strong>, à procura de tesouros saqueados pelos nazistas, contrasta fortemente com a abordagem de alguns museus que podem conter obras roubadas de vítimas do Holocausto, disse nesta terça-feira um ex-ministro alemão de Cultura.</p>
Mais de 2.000 museus alemães possuem obras criadas antes de 1945 e adquiridas após os nazistas chegaram ao poder, em 1933, de acordo com o Instituto para a Pesquisa de Museus, em Berlim. Algumas delas podam ter sido saqueadas ou extorquidas de proprietários judeus pelos nazistas. Mas apenas 285 museus, ou menos de 5 por cento, pesquisaram a história da propriedade de tais obras.
"Não é que os museus não tenham feito nada, mas devido a problemas de orçamento eles não têm feito o máximo que poderiam", afirmou Michael Naumann, ex-ministro da cultura alemã, à Reuters na terça-feira.
O idoso recluso Cornelius Gurlitt, cujo acervo de cerca de 1.400 obras de arte foi descoberto em fevereiro de 2012 em seu apartamento de Munique e confiscado pelas autoridades em uma investigação fiscal, concordou na segunda-feira em permitir que uma força-tarefa de especialistas em arte estudem a coleção.
Em troca de sua cooperação, Gurlitt, cujo pai, um negociante de arte que recebia ordens de Adolf Hitler para comprar e vender a chamada "arte degenerada" para financiar atividades nazistas, receberá de volta as obras cuja origem não for posta em dúvida. Gurlitt também concordou em renunciar a uma legislação alemã, pela qual ele poderia ser considerado o legítimo proprietário das pinturas.