Bruxelas exige eleições "livres" na Venezuela
O Conselho Nacional Eleitoral anunciou ontem (11) que as eleições para governadores nos 23 estados do país ocorrerão no dia 15 de outubro
AFP
Publicado em 12 de setembro de 2017 às 20h09.
As eleições para governadores na Venezuela , previstas para 15 de outubro, devem ser "livres, justas e transparentes", declarou nesta terça-feira o comissário europeu para Ajuda Humanitária, Christos Stylianides, no momento em que o país latino-americano está mergulhado na crise política.
"É de importância crucial que as futuras eleições regionais sejam livres, justas e transparentes em aspectos como inscrição dos candidatos, campanhas eleitorais e a própria votação", disse Stylianides na Eurocâmara em Estrasburgo.
O Conselho Nacional Eleitoral anunciou na segunda-feira que "as eleições de governadores" nos 23 estados do país "serão realizadas no domingo, 15 de outubro".
A Assembleia Constituinte, que dirige a Venezuela como um suprapoder e é rejeitada pela oposição, decidiu antecipar as eleições de governadores de dezembro para outubro, mas sem fixar uma data.
A princípio, a eleição estava marcada para dezembro de 2016, mas foi adiada - sem justificativa - pelo CNE, acusado pela oposição de servir ao governo do presidente Nicolás Maduro.
Em um debate sobre a Venezuela, o representante da Comissão destacou a vontade da UE de apoiar um processo de mediação para garantir uma saída "democrática e sem violência para a crise", e exigiu a libertação dos presos políticos e a abertura dos canais humanitários.
"As ameaças contra os principais líderes da oposição (...) constituem grandes obstáculos para uma solução pacífica e negociada", destacou o comissário, em referência ao presidente do Parlamento venezuelano, Julio Borges, a ex-procuradora-geral Luisa Oterga e Lilian Tintori, mulher do líderopositor Leopoldo López.
O comissário europeu reafirmou que a UE não reconhecerá a Assembleia Constituinte, que "de fato está substituindo um Parlamento legítimo, em uma situação que precisa acabar".
Representantes dos grupos parlamentares de direita, liberal e social democrata defenderam a adoção de sanções contra altos dirigentes venezuelanos.
Christos Stylianides declarou que a Comissão analisa a possibilidade de adoção de "medidas concretas", mas no momento aposta mais na mediação.