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Britânicos votam hoje nas mais disputadas eleições europeias

Aproximadamente 46 milhões de britânicos foram convocados às urnas para decidir seus representes perante a União Europeia

Reino Unido: participação deve se situar em 35% (Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 22 de maio de 2014 às 13h29.

Londres - Aproximadamente 46 milhões de britânicos foram convocados às urnas nesta quinta-feira para decidir seus representes perante a União Europeia (UE), entre prognósticos de vitória para o Partido da Independência do Reino Unido (UKIP), de Nigel Farage, e um considerável queda dos governistas.

Apesar de não serem aguardadas com ansiedade pelos britânicos, as eleições ao Parlamento Europeu nesta ocasião despertam maior interesse pelo sucesso do partido de Farage, que lidera as enquetes com um discurso eurocético e contra a imigração.

No entanto, a participação do eleitorado nesta eleição, que combina a eleição das 73 cadeiras britânicas no Parlamento de Estrasburgo com as parciais municipais na Inglaterra e Irlanda do Norte, deve se situar em 35%.

Em um ano de eleições gerais no Reino Unido, a dupla reunião eleitoral servirá para medir o apoio do eleitorado ao governo de coalizão entre conservadores e liberais-democratas, assim como para constatar o avanço do UKIP, que espera dobrar suas 13 cadeiras em Estrasburgo e, eventualmente, a entrar na câmara dos Comuns.

De acordo com a pesquisa divulgada hoje, o UKIP obteria 27% do apoio nas europeias, contra 26% que receberiam os trabalhistas de Ed Miliband, um de seus principais rivais, embora tenha centrado sua campanha eleitoral em questões locais.

Nesta mesma enquete, os conservadores do primeiro-ministro David Cameron aparecem como a terceira opção, com 22%, enquanto o Partido Liberal-Democrata de Nick Clegg, os mais pró-europeus e sócios minoritários no governo de coalizão, fica em último lugar com 9% e, por isso, poderiam ficar sem representação.

Outra formação que pode surpreender é partido dos Verdes - com 10% -, percebidos, junto com ao UKIP de Farage, como "o único alternativo" às formações tradicionais, como explicou à Agência Efe Indea Barbe-Willson, estudante de 21 anos, em um colégio eleitoral.

Esta jovem votará nos "verdes" nas eleições europeias, mas, por outro lado, será fiel aos trabalhistas nas municipais, embora, como muitos da esquerda, se mostre "decepcionada com suas políticas nos últimos dez anos".


Para Barbe-Willson, que depositou seu voto em um colégio eleitoral do leste de Londres, o povo vota no UKIP, ao que acusou de ser racista, "porque está desesperado e se sente alienado da classe política".

Na opinião do designer gráfico Gregor Finchley, de 50 anos e que optará pelos trabalhistas, "muitas pessoas pensam que, ao votar no UKIP, estarão votando contra o poder estabelecido, mas não se dão conta que Farage, filho de corredor de bolsa e que trabalhou na City, é parte desse poder".

Já Sean O"Connor, um empresário de 45 anos, disse que votará no UKIP pela primeira vez nestas eleições europeias.

Assim como Farage, ele acredita que "a UE não é suficientemente democrática" - "não há transparência nas políticas fiscais nem na escolha do presidente" - e também concorda que "é preciso estabelecer controles de imigração mais ferrenho".

"Se continuarmos abrindo a porta aos imigrantes, os serviços públicos não suportarão", argumentou O"Connor.

De acordo com o empresário, os conservadores, cujo alguns eleitores passaram ao UKIP, "não foram suficientemente duros em relação à UE, talvez porque governem em coalizão".

John Hassell, um aposentado de 67 anos e que se considera social-democrata, votará no UKIP nas europeias porque apoia seu discurso sobre a UE, "uma organização burocrática que só favorece à Alemanha e França".

Por outro, por conta dos ataques à imigração, Hassell diz que "jamais votaria neles nas eleições gerais".

No distrito londrino de Tower Hamlets, de maioria bengalês e muçulmana, Arifa Ahmed, uma dona de casa de 44 anos, disse à Efe que votará nos trabalhistas nas europeias "porque promovem a coesão social".

Mesmo minoritário e sem cadeiras no parlamento britânico, o UKIP "tem razão em alguns aspectos sobre a imigração excessiva", mas fomenta "uma política divisória, hostil e de preconceito social", declarou.

Os colégios eleitorais fecharão suas portas às 18h (de Brasília), embora os resultados do pleito europeus devam ser divulgados somente na de domingo, enquanto os das locais já devem sair amanhã.

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