Velejador britânico desaparece no mar durante Volvo Ocean Race
John Fisher caiu no mar no Oceano Antártico, na segunda-feira, durante a disputa da etapa de Auckland, na Nova Zelândia, até Itajaí, no Brasil
Estadão Conteúdo
Publicado em 27 de março de 2018 às 11h30.
Última atualização em 27 de março de 2018 às 11h35.
Alicante, Espanha - O sueco Richard Brisius, CEO da Volvo Ocean Race, a regata volta ao mundo, lamentou nesta terça-feira que um tripulante da equipe Sun Hung Kai/Scallywag tenha caído no mar no Oceano Antártico, na segunda-feira, durante a disputa da etapa de Auckland, na Nova Zelândia, até Itajaí, no Brasil.
Em tom de luto, o dirigente disse que o britânico John Fisher está perdido no mar e enviou "sinceras condolências à família".
"Nesta manhã, estou extremamente triste em informar que um dos nossos velejadores, John Fisher, da equipe Sun Hung Kai/Scallywag, se encontra presumivelmente perdido no mar", disse Brisius, em comunicado.
"Isto é de partir o coração a todos nós. Como velejadores e organizadores de regatas, perder um tripulante no mar é uma tragédia que nunca queremos imaginar. Estamos arrasados e os nossos pensamentos estão com a família do John, amigos e companheiros da sua equipe", declarou.
O tripulante caiu no mar no Oceano Antártico, a cerca de 1.400 milhas náuticas (equivalente a 2.500 quilômetros) a oeste do cabo Horn, durante a disputa da etapa de Auckland, na Nova Zelândia, a Itajaí, no Brasil.
No momento do acidente, o vento na área do acidente era forte, de 35 nós (cerca de 65 km/h), e a temperatura da água era de 9ºC - a previsão é de que as condições iriam piorar.
De acordo com o CEO da Volvo Ocean Race, a organização da prova desviou um navio para a área do acidente na segunda. Mas, em razão da velocidade do trajeto, ainda estava a distância de mais de um dia do local. As demais equipes foram orientadas a seguir a prova.
"Com o resto da flotilha da Volvo Ocean Race a cerca de 320 km e a favor do vento, enviá-los para trás contra o vento e com ventos fortes não era uma opção viável", explicou Brisius.
Ele informou também que a equipe Sun Hung Kai/Scallywag não teve sucesso em sua busca "exaustiva" e seguiu viagem. "A tripulação está, naturalmente, emocionalmente e fisicamente exausta após o que acabou de passar. Dada a temperatura da água fria e o estado extremo do mar, juntamente com o tempo que passou desde que ele caiu ao mar, devemos presumir que John foi perdido no mar", lamentou o CEO.
"Todos nós na organização Volvo Ocean Race enviamos nossas sinceras condolências à família do John, dos seus amigos e dos seus companheiros de equipe. Faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para apoiá-los neste momento tão difícil."
Quanto às causas do acidente que causou a queda do tripulante no mar, o dirigente disse que ainda investigará o episódio.
"Temos a certeza de que haverá muitas dúvidas sobre como um de nossos velejadores foi perdido no mar ontem [segunda]. Poderemos esclarecer isto mais tarde, quando a equipe nos passar toda a informação. Hoje, nossos os pensamentos e orações vão para a família do John e toda a equipa do Scallywag", afirmou.
A Volvo Ocean Race é uma regata de 45 mil milhas náuticas (83 mil quilômetros) ao redor do mundo. As equipes estão atualmente no nono dia da sétima etapa. O percurso de Auckland (Nova Zelândia) até Itajaí - litoral de Santa Catarina - tem 7.600 milhas náuticas (cerca de 14 mil quilômetros).
Antes do início desta etapa, o barco de Hong Kong ocupava a terceira posição na classificação geral, uma posição à frente do holandês AkzoNobel, que conta com a brasileira Martine Grael. O espanhol MAPFRE está na liderança da regata volta ao mundo.