O Brasil alheio à América Latina
Medellín, na Colômbia, viveu uma revolução nas duas últimas décadas: passou de ser a cidade mais violenta do mundo, como sede do cartel de Pablo Escobar, para se tornar a mais inovadora, eleita em 2013 pelo concurso City of The Year, do jornal Wall Street Journal. Nestas quinta e sexta-feira, a cidade recebe a edição latino-americana […]
Da Redação
Publicado em 15 de junho de 2016 às 20h37.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h26.
Medellín, na Colômbia, viveu uma revolução nas duas últimas décadas: passou de ser a cidade mais violenta do mundo, como sede do cartel de Pablo Escobar, para se tornar a mais inovadora, eleita em 2013 pelo concurso City of The Year, do jornal Wall Street Journal. Nestas quinta e sexta-feira, a cidade recebe a edição latino-americana do Fórum Econômico Mundial.
Problemas a debater não faltam. Apesar de ter experimentado uma década de crescimento econômico e de avanços na redução da pobreza, a região continua sendo a mais desigual do mundo e sofre com a crise das commodities. O fórum vai tentar apontar caminhos novas frentes de crescimento, principalmente em inovação e sustentabilidade.
O Brasil, porém, está cada vez mais distante dessas discussões. Dilma Rousseff, enquanto presidente, foi ao fórum mundial de Davos apenas em 2014. Desde então, o Brasil perdeu 18 posições no ranking global de competitividade e, hoje, ocupa a 75ª entre 140 países – a pior posição dos últimos dez anos. O mais bem colocado da América do Sul é o Chile, na 35ª posição, que tem priorizado acordos comerciais com Colômbia, México e Estados Unidos.
“O Brasil, assim como a Argentina e a Venezuela, preferiram tentar acordos com países do BRICS, como a China e a Índia, que desaceleraram”, diz Sílvio Campos Neto, economista da consultoria Tendências. Para recuperar o tempo perdido, o presidente argentino Mauricio Macri tem feito seu papel. Sua primeira viagem internacional será para a Colômbia, onde participa da mesa “Reacendendo o crescimento inclusivo da América Latina”.
O representante brasileiro no evento será o ministro Marcos Pereira, da Indústria, Desenvolvimento e Comércio Exterior – que não tem nenhuma fala agendada. Não vai ser dessa vez que começaremos a resgatar nossa imagem em fóruns econômicos internacionais.