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Brahimi alerta para propagação da violência na região

Durante o conflito, que acaba de entrar em seu 20º mês, foram registrados mais de 33.000 mortes, segundo uma ONG

O emissário internacional para a Síria, Lakhdar Brahimi: Damasco afirmou na terça-feira que está pronto para considerar a proposta de Brahimi, que em breve visitará a Síria (©AFP / Dalati & Nohra)
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Da Redação

Publicado em 17 de outubro de 2012 às 15h21.

Damasco - O emissário internacional para a Síria , Lakhdar Brahimi, alertou nesta quarta-feira no Líbano para a possibilidade da propagação da violência na região, no momento em que os rebeldes derrubaram um helicóptero militar.

Durante o conflito, que acaba de entrar em seu 20º mês, foram registrados mais de 33.000 mortes, segundo uma ONG. Nenhuma solução para a crise parece possível em razão das profundas divisões da comunidade internacional.

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"Esta crise não pode continuar confinada indefinidamente no território sírio. Ou ela é resolvida, ou ela se agravará, transbordará, e afundará (a região) em fogo e sangue", declarou Brahimi, que realiza há uma semana um giro regional pelos países influentes na crise síria.

Ele reiterou seu apelo para a implementação de um cessar-fogo em ocasião do Al-Adha, uma das festas muçulmanas mais sagradas, que será celebrada entre 26 e 28 de outubro.

"Se o governo sírio aceitar (esta aplicação) - e pelo que ouvi, há esperança - e se a oposição aceitar esta proposta, como ela nos disse, será um passo microscópico para um cessar-fogo mais global, a retirada de artilharia pesada, a interrupção do fluxo de armas do exterior e uma solução política na Síria", considerou Brahimi.

Damasco afirmou na terça-feira que está pronto para considerar a proposta de Brahimi, que em breve visitará a Síria.

"Esperamos voltar a conversar com o senhor Brahimi para conhecer a posição de outros países influentes na região com os quais manteve conversações em seu atual giro", declarou à AFP o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Jihad Makdissi, referindo-se a Arábia Saudita e Turquia, principais países que apoiam os rebeldes.


"Será que eles vão pressionar os grupos armados que financiam, armam e patrocinam para que consigamos um cessar-fogo?", questionou.

O líder do Conselho Nacional Sírio, principal coalizão opositora no exílio, Abdel Basset Sayda, declarou que os rebeldes "estão apenas agindo em defesa própria".

"Por isso acho que seria normal que cessem as hostilidades quando a máquina de guerra parar", acrescentou.

No terreno, o Exército mantém os ataques aéreos nos arredores de Maaret al-Nooman, cidade estratégica do noroeste do país controlada pelos insurgentes, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

"As forças aéreas sírias efetuarem seis ataques, principalmente contra as cidades de Deir Charqi, Maarhtat e Bsida, a leste de Maaret al-Nooman", na província de Idleb, indicou o OSDH.

Ao tomar o controle de Maaret al-Nooman, no dia 9 de outubro, os rebeldes cortaram a importante estrada Damasco-Aleppo e têm atacado sistematicamente os reforços que se aproximam da região.

Violentos confrontos foram registrados em Maarhtat, após um ataque rebelde contra um comboio do Exército que se dirigia para a base de Wadi Deif, a maior de Idleb, cercada por insurgentes.

"Os rebeldes derrubaram um helicóptero envolvido nos combates em Maarhtat, na região de Maaret al-Nooman. Na localidade de Bsida foram vistos pedaços do aparelho", afirmou o OSDH.


Este é o segundo helicóptero do Exército derrubado pelos insurgentes em menos de uma semana.

Na província de Aleppo, palco de uma batalha feroz desde meados de julho, pelo menos cinco pessoas foram mortas em bombardeios das forças do regime e em confrontos.

Os rebeldes atacaram com foguetes uma base militar no bairro de Ramoussa, segundo o OSDH.

Mais ao sul, em Homs (centro), "capital da Revolução", os bairros de Khalidiyé e Jouret al-Chiah também foram bombardeados, enquanto em Douma, 13 km a nordeste da capital, vários foguetes caíram na cidade rebelde.

Em Paris, administradores civis de áreas libertadas no norte da Síria alertaram para a necessidade de proteger essas regiões dos ataques aéreos do regime, enquanto uma reunião no Quai d'Orsay estuda o conjunto das modalidades de apoio à população síria

"Queremos zonas de exclusão aéreas. Faz mais de um ano que pedimos isso. Podemos enfrentar as forças terrestres, mas não temos armas anti-aéreas", declarou à imprensa Osman Bilawi, presidente do "Conselho Revolucionário Civil" de Maaret al-Nooman.

Durante esta reunião o ministro francês das Relações Exteriores, Laurent Fabius, denunciou o uso pelo regime sírio de bombas de fragmentação.

"O regime deu um novo passo na violência ao recorrer a (caças) Mig para o lançamento de barris de TNT e, mais recentemente, e o que é ainda mais terrível, de bombas de fragmentação", declarou.

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