Boris Johnson propõe eleições gerais no Reino Unido em 12 de dezembro
Johnson precisa do apoio de dois terços da Câmara dos Comuns para antecipar as eleições antes do término da legislatura
EFE
Publicado em 24 de outubro de 2019 às 13h47.
Última atualização em 24 de outubro de 2019 às 14h06.
Londres — O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson , anunciou nesta quinta-feira, em entrevista concedida à emissora "BBC", que tentará convocar eleições gerais antecipadas para o dia 12 de dezembro deste ano.
O líder conservador garantiu que dará mais tempo aos deputados para que debatam o acordo do Brexit , mas só se for aceita a proposta que apresentará para a realização de um novo pleito.
Johnson necessita uma maioria de dois terços na Câmara dos Comuns para antecipar as eleições antes do término da legislatura, em 2022, por isso é imprescindível o sinal verde das forças da oposição.
O premiê pediu aos partidos opositores para que sejam "razoáveis" e aprovem as eleições, nas quais o líder conservador partiria como favorito, segundo as pesquisas.
"Se, de verdade, eles querem mais tempo para analisar este excelente acordo (do Brexit), podem ter, mas devem aceitar as eleições gerais em 12 de dezembro", comentou o chefe de governo.
Johnson obteve nesta semana o apoio preliminar do Parlamento ao pacto sobre os termos de saída da União Europeia (UE) assinado com Bruxelas, mas os deputados rejeitaram tramitá-lo por um procedimento de urgência.
No início de setembro, o líder conservador tentou convocar eleições duas vezes, mas a oposição bloqueou os seus propósitos nas votações.
O Partido Trabalhista, que conta com 245 dos 650 assentos da Câmara dos Comuns, tem a chave para permitir a convocação do pleito. O grupo liderado por Jeremy Corbyn enfatizou nas últimas semanas que apoiará a convocação de eleições quando não houver mais possibilidades de ocorrer um Brexit sem acordo.
O sucesso dos planos de Johnson pode depender da extensão concedida por Bruxelas à data de saída do Reino Unido, prevista até agora para o dia 31.
Forçado pelos deputados, o primeiro-ministro solicitou nesta semana uma prorrogação do prazo até 31 de janeiro. Os 27 Estados-membros da UE ainda não comunicaram se aceitam esse pedido ou se propõem um prazo de saída diferente.