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Bombardeio da coalizão antiextremista mata 20 civis na Síria

Os responsáveis ​​pelas operações de Mossul e Raqa preveem que a batalha será longa e sanguinária, em razão da feroz resistência do EI

Crise: estima-se que mais de um milhão de civis estão presos em Mossul, e a OIM disse nesta quarta-feira que cerca de 42.000 pessoas deixaram suas casas (REUTERS/Khalil Ashawi)

Crise: estima-se que mais de um milhão de civis estão presos em Mossul, e a OIM disse nesta quarta-feira que cerca de 42.000 pessoas deixaram suas casas (REUTERS/Khalil Ashawi)

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AFP

Publicado em 9 de novembro de 2016 às 13h13.

As forças apoiadas pelos Estados Unidos intensificaram nesta quarta-feira suas ações nos redutos do grupo Estado Islâmico (EI) no Iraque e na Síria, país onde um bombardeio da coalizão anti-extremista matou 20 civis.

No Iraque, os soldados avançaram em Mossul, o último reduto do EI no país, enquanto na Síria, as tropas curdo-árabes das Forças Democráticas Sírias (FDS) continuavam sua ofensiva em direção a Raqa, a capital de fato dos extremistas.

O Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH) comunicou que um bombardeio da coalizão atingiu a aldeia de Al-Heisha, em poder do EI, 40 km ao norte de Raqa. Seu diretor, Rami Abdul Rahman, informou que o ataque deixou 20 civis mortos, incluindo duas crianças, e 32 feridos.

As FDS, apoiadas por Washington em sua ofensiva em Raqa, negaram vítimas civis. "Isso não aconteceu, e muitas dessas denúncias são notícias do EI", informou um porta-voz, Jihan Sheikh Ahmed à AFP.

Segundo esta aliança, o ataque à Al-Heisha matou pelo menos seis combatentes extremistas, acusados de manter civis para usá-los como "escudos humanos".

A coalizão liderada pelos Estados Unidos assegurou, por sua vez, que estava estudando o relatório sobre o que aconteceu.

'Deixamos tudo para trás'

"Os combatentes do Daesh (sigla em árabe do EI) trouxeram armas pesadas para o nosso povoado e ficaram com a gente para que potenciais bombardeios nos atingissem", relatou Saada al-Abud, um homem de 45 anos que fugiu de Al-Heisha.

"Não queriam nos deixar partir. Nós tivemos que fugir correndo com nossos filhos e idosos. O que mais poderíamos fazer? Deixamos tudo para trás", acrescentou.

As FDS lançaram sua ofensiva para retomar Raqa no sábado, apenas três semanas depois de as forças iraquianas lançarem seu ataque em Mossul.

Ambas as cidades são os dois últimos redutos do EI na Síria e no Iraque, depois que os extremistas perderam grande parte do território que haviam conquistado nos dois países desde meados de 2014.

A coalizão anti-jihadista, que começou sua campanha aérea contra o EI em 2014, espera que a recaptura de Mossul e Raqa seja o golpe definitivo para derrotar o grupo extremista.

As tropas curdo-árabes avançaram para o sul a partir de áreas próximas à fronteira turca, conquistando várias cidades em seu caminho, estando agora a cerca de 35 km de Raqa.

No Iraque, uma autoridade anunciou na terça-feira a reconquista de uma das últimas posições do EI a leste de Mossul, a cidade de Bashiqa, onde permaneciam alguns radicais islâmicos.

Quase 42.000 deslocados

Em 17 de outubro, os Peshmergas curdos e o exército iraquiano avançaram em Mossul pelo norte, leste e sul, e na semana passada tentaram assumir o controle de seus bairros orientais.

Os responsáveis pelas operações de Mossul e Raqa preveem que a batalha será longa e sanguinária, em razão da feroz resistência do EI.

Estima-se que mais de um milhão de civis estão presos em Mossul, e a Organização para as Migrações (OIM) disse nesta quarta-feira que cerca de 42.000 pessoas deixaram suas casas na cidade iraquiana.

Em Raqa, que tinha uma população de quase 240.000 habitantes antes da guerra da Síria, cerca de 80.000 pessoas fugiram desde 2012.

Os civis que escaparam destes feudos extremistas contaram algumas das atrocidades cometidas pelo EI, como apedrejamentos, decapitações e tráfico de escravas sexuais.

Depois de tomar Hamam al Alil esta semana, as forças iraquianas anunciaram que encontraram 100 corpos decapitados em uma fossa comum.

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