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Bolívia investiga ligações policiais com carteis do Brasil

A investigação abrange entre 15 a 20 pessoas, incluindo coronéis, subtenentes e oficiais de patente mais baixa da polícia

Peru lidera a produção mundial de cocaína com 324 toneladas anuais (Wikimedia Commons)
DR

Da Redação

Publicado em 14 de agosto de 2012 às 20h32.

La Paz - A Justiça boliviana investiga possíveis ligações de policiais do país com cartéis de narcotraficantes do Brasil, Colômbia e México, informou nesta terça-feira o procurador Marco Rodríguez, responsável pelo caso.

O funcionário explicou à imprensa que a investigação foi iniciada com base em informação entregue pelo governo à Procuradoria ''sobre a suposta participação de determinados funcionários policiais e empresários com carteis do narcotráfico do Brasil, Colômbia e México''.

A investigação abrange entre 15 a 20 pessoas, incluindo coronéis, subtenentes e oficiais de patente mais baixa da polícia, investigados ''pela suposta participação nos delitos de suborno passivo e uso indevido de influências'', acrescentou Rodríguez. Entre os investigados também estaria um empresário vinculado ao setor hoteleiro.

A documentação que a Procuradoria recebeu para realizar a investigação foi entregue ano passado por parlamentares opositores ao governo, que negou várias vezes a presença de carteis no país.

Um dos denunciantes foi o senador Roger Pinto, que está desde 28 de maio na embaixada brasileira. O senador pediu asilo ao Brasil alegando que é perseguido pelas acusações contra o governo do presidente Evo Morales.

O chefe dos deputados opositores da direitista Convergência Nacional, Luis Felipe Dorado, afirmou nesta terça-feira que quando a suposta existência de policiais vinculados ao narcotráfico foi denunciada, o Executivo reagiu com acusações de desacato e rebelião contra ele, em vez de investigar imediatamente.

A ministra da Comunicação, Amanda Davila, disse que o governo se limitou a enviar à Procuradoria no final de maio os documentos apresentados pela oposição para que ''se determinasse se essa documentação tem algo de verdade, algum indício que possa ser investigado e, finalmente, averiguassem o que fazer''.


Nos últimos anos, a imagem da polícia boliviana foi manchada por várias denúncias de corrupção. O caso mais grave foi a condenação por narcotráfico nos Estados Unidos do ex-chefe da polícia antidrogas de Morales, o general René Sanabria.

Segundo números divulgados recentemente pelo Escritório para a Política Antidrogas dos Estados Unidos, o Peru lidera a produção mundial de cocaína com 324 toneladas anuais, seguido pela Bolívia com 265 toneladas e Colômbia com 195 toneladas.

O governo Morales rejeitou o relatório porque garante que as plantações de folhas de coca da Bolívia equivalem à metade das colombianas e não conseguiriam produzir tal volume de cocaína.

A polícia boliviana antidrogas confiscou quase 27 toneladas de cocaína em 8.414 operações efetuadas entre janeiro e a primeira semana de agosto.

O órgão também também prendeu 2.398 pessoas por narcotráfico, incluindo 32 brasileiros, 45 peruanos, 29 colombianos, 18 argentinos, 13 chilenos, dez paraguaios e sete espanhóis.

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La Paz - A Justiça boliviana investiga possíveis ligações de policiais do país com cartéis de narcotraficantes do Brasil, Colômbia e México, informou nesta terça-feira o procurador Marco Rodríguez, responsável pelo caso.

O funcionário explicou à imprensa que a investigação foi iniciada com base em informação entregue pelo governo à Procuradoria ''sobre a suposta participação de determinados funcionários policiais e empresários com carteis do narcotráfico do Brasil, Colômbia e México''.

A investigação abrange entre 15 a 20 pessoas, incluindo coronéis, subtenentes e oficiais de patente mais baixa da polícia, investigados ''pela suposta participação nos delitos de suborno passivo e uso indevido de influências'', acrescentou Rodríguez. Entre os investigados também estaria um empresário vinculado ao setor hoteleiro.

A documentação que a Procuradoria recebeu para realizar a investigação foi entregue ano passado por parlamentares opositores ao governo, que negou várias vezes a presença de carteis no país.

Um dos denunciantes foi o senador Roger Pinto, que está desde 28 de maio na embaixada brasileira. O senador pediu asilo ao Brasil alegando que é perseguido pelas acusações contra o governo do presidente Evo Morales.

O chefe dos deputados opositores da direitista Convergência Nacional, Luis Felipe Dorado, afirmou nesta terça-feira que quando a suposta existência de policiais vinculados ao narcotráfico foi denunciada, o Executivo reagiu com acusações de desacato e rebelião contra ele, em vez de investigar imediatamente.

A ministra da Comunicação, Amanda Davila, disse que o governo se limitou a enviar à Procuradoria no final de maio os documentos apresentados pela oposição para que ''se determinasse se essa documentação tem algo de verdade, algum indício que possa ser investigado e, finalmente, averiguassem o que fazer''.


Nos últimos anos, a imagem da polícia boliviana foi manchada por várias denúncias de corrupção. O caso mais grave foi a condenação por narcotráfico nos Estados Unidos do ex-chefe da polícia antidrogas de Morales, o general René Sanabria.

Segundo números divulgados recentemente pelo Escritório para a Política Antidrogas dos Estados Unidos, o Peru lidera a produção mundial de cocaína com 324 toneladas anuais, seguido pela Bolívia com 265 toneladas e Colômbia com 195 toneladas.

O governo Morales rejeitou o relatório porque garante que as plantações de folhas de coca da Bolívia equivalem à metade das colombianas e não conseguiriam produzir tal volume de cocaína.

A polícia boliviana antidrogas confiscou quase 27 toneladas de cocaína em 8.414 operações efetuadas entre janeiro e a primeira semana de agosto.

O órgão também também prendeu 2.398 pessoas por narcotráfico, incluindo 32 brasileiros, 45 peruanos, 29 colombianos, 18 argentinos, 13 chilenos, dez paraguaios e sete espanhóis.

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