Biden visita Filadélfia, berço dos EUA, para atacar apoiadores de Trump
"O presidente acredita que há uma ameaça extremista à nossa democracia", disse Karine Jean-Pierre
AFP
Publicado em 1 de setembro de 2022 às 11h50.
Última atualização em 1 de setembro de 2022 às 13h01.
A Casa Branca não poupou simbolismos: na Filadélfia, berço dos Estados Unidos , o presidente Joe Biden fará um inusitado discurso em horário nobre nesta quinta-feira (1º) para atacar os apoiadores de Donald Trump que, segundo ele, degradam a "alma do país".
O discurso do presidente, marcado para as 20h00 (21h00 no horário de Brasília), acontecerá perto do prédio onde a Declaração de Independência e a Constituição dos Estados Unidos foram adotadas há mais de dois séculos.
A Pensilvânia, o estado do leste do país onde a Filadélfia está localizada e que Biden visitará pelo menos três vezes em uma semana, pode ser a chave para as eleições legislativas de novembro.
A porta-voz da Casa Branca já disse que o presidente democrata de 79 anos não fará rodeios quando se trata de atacar seus oponentes republicanos.
"O presidente acredita que há uma ameaça extremista à nossa democracia", disse Karine Jean-Pierre durante sua coletiva de imprensa diária na quarta-feira.
E essa "ameaça" tem um nome: republicanos "MAGA" ou "ultra-MAGA", que aderem à ideologia "Make America Great Again" do ex-presidente Donald Trump.
"Eles simplesmente não respeitam o Estado de Direito", prosseguiu Jean-Pierre, citando até mesmo várias autoridades e legisladores republicanos por incitar a violência contra figuras públicas, algo muito incomum para uma entrevista coletiva na Casa Branca.
"O presidente pensa, e essa é a razão desse discurso no horário nobre, que há (...) uma maioria de americanos que acredita que precisamos (...) salvar os valores fundamentais de nosso país", disse ela.
O tema do discurso de Biden nesta quinta-feira remonta a um artigo que ele publicou na revista americana The Atlantic em 2017, após uma manifestação de supremacia branca que deixou um morto e dezenas de feridos na cidade de Charlottesville.
Essa marcha no estado da Virgínia, no sul do país, o fez decidir concorrer à presidência. "Estamos vivendo uma batalha pela alma desta nação", escreveu Biden na época.
Após sua eleição em 2020, o veterano político inicialmente considerou travar essa batalha por meio do diálogo com parlamentares republicanos moderados e por meio de políticas econômicas e sociais voltadas para a classe média.
Mas diante de um Partido Republicano sobre o qual Trump manteve grande controle, a retórica da reconciliação foi silenciada.
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