Mundo

Berlusconi pede voto de confiança e renuncia se perder

Governo da Itália encontra-se em crise desde o rompimento entre Berlusconi e seu aliado Gianfranco Fini, presidente da Câmara dos Deputados

Primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, deve se submeter a um voto parlamentar de confiança em setembro e irá renunciar caso seja derrotado (Vittorio Zunino Celotto/Getty images)

Primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, deve se submeter a um voto parlamentar de confiança em setembro e irá renunciar caso seja derrotado (Vittorio Zunino Celotto/Getty images)

DR

Da Redação

Publicado em 6 de agosto de 2010 às 13h24.

Roma - O primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, deve pedir para se submeter a um voto parlamentar de confiança em setembro, e irá renunciar caso seja derrotado, disse um líder partidário italiano nesta sexta-feira.

O governo da Itália mergulhou numa crise na semana passada, por causa do rompimento de Berlusconi com o seu importante aliado Gianfranco Fini, presidente da Câmara dos Deputados.

Fabrizio Cicchitto, líder da bancada de centro-direita na Câmara, disse que o primeiro-ministro dará à coalizão mais uma chance de se unir ao seu redor. "Em setembro, Berlusconi apresentará uma plataforma baseada em alguns pontos. Esperamos que uma maioria possa ser encontrada para apoiá-los e renovar a confiança no governo", afirmou o deputado em nota. "Do contrário, a esta altura não pode haver alternativa às eleições."

Na quarta-feira, Fini orientou sua bancada a se abster numa moção de desconfiança contra um vice-ministro acusado de irregularidades. Os 75 votos dos deputados de seu grupo e de três pequenos partidos, que também se abstiveram, teriam sido suficientes para derrubar o vice-ministro da Justiça, Giacomo Caliendo. Com a abstenção, Fini mostrou que teria força para derrubar o gabinete se desejar.

Cicchitto não especificou quais medidas Berlusconi proporá em setembro. A imprensa italiana especula que elas terão relação com uma reforma do Judiciário, impostos, devolução de poderes aos governos regionais e um programa econômico para o sul da Itália, a parte mais pobre do país.

Depois do rompimento, Fini formou uma nova facção parlamentar, chamada Futuro e Liberdade para a Itália, e declarou que "apoiaria lealmente o governo toda vez que ele agir dentro do marco do seu programa eleitoral". Do contrário, iria se opor.

A declaração de Cicchitto parece ser um recado para Fini de que Berlusconi se apegará à promessa do agora rival.

Se Berlusconi convocar a votação parlamentar e for derrotado - o que parlamentares acham possível -, ele teria de renunciar. Se um gabinete cai e o presidente da República não encontra um político capaz de formar outro governo, ele então é obrigado a dissolver o Parlamento e convocar eleições antecipadas, em geral num prazo de dois meses.

Berlusconi e seu principal partido aliado, a Liga Norte, dizem que vão se opor à eventual formação de um governo interino de tecnocratas. Em vez disso, eles seriam favoráveis à realização de uma eleição ainda neste ano.

Leia mais notícias sobre a Itália

Siga as últimas notícias de Mundo no Twitter

Acompanhe tudo sobre:Crises em empresasEuropaGovernoItáliaPaíses ricosPiigsPolítica

Mais de Mundo

Grécia vai construir a maior 'cidade inteligente' da Europa, com casas de luxo e IA no controle

Seis mortos na Nova Caledônia, onde Exército tenta retomar controle do território

Guerra nas estrelas? EUA ampliam investimentos para conter ameaças em órbita

Reguladores e setor bancário dos EUA devem focar em riscos essenciais, diz diretora do Fed

Mais na Exame