Pequim: segunda alta dos juros em menos de um mês (Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 25 de dezembro de 2010 às 10h12.
São Paulo - O Banco do Povo da China (PBoC) anunciou elevação das taxas de juro hoje pela segunda vez em dois meses, indicando que as autoridades estão determinadas a combater a inflação. A decisão foi tomada apesar do aumento na entrada de recursos no país por investidores que buscam melhor remuneração à oferecida pelos Estados Unidos e pelo Japão, onde o juro está extremamente baixo.
As taxas de depósito e de empréstimo foram elevadas em 0,25 ponto porcentual. As novas taxas começam a vigorar a partir de amanhã. Em nota, o banco central chinês informou que a taxa de empréstimo durante um ano subirá para 5,81%, ante 5,56% atualmente, enquanto a taxa de depósito por um ano avançará para 2,75% - hoje é de 2,5%.
No dia 19 de outubro, o PBoC fez a primeira elevação em quase três anos de ambas as taxas. No dia 10 de dezembro, o banco central aumentou a taxa do compulsório pela sexta vez esse ano, em 0,5 ponto porcentual.
Para o economista do Royal Bank of Canada, Brian Jackson, o anúncio, hoje, do banco chinês indica que o juro pode ser elevado com maior frequência em 2011 para evitar aumento dos preços. "Achamos que está ficando cada vez mais claro que a utilização de ferramentas quantitativas - como aumento do compulsório - para controlar a liquidez e o crédito não têm sido suficientes e que ajustar o preço do crédito - diga-se, elevar o juro - é necessário para controlar as pressões, portanto, a mudança de hoje sugere que Pequim também está chegando a essa visão", afirmou Jackson.
O anúncio da alta do juro ocorre um dia após o vice-presidente do PBoC, Hu Xiaolian, dizer que o banco central irá utilizar uma combinação de ferramentas, incluindo aumento do juro e taxas diferenciadas de compulsório, para combater a inflação e evitar a formação de bolhas nos preços dos ativos em 2011.
O conselheiro do PBoC, Li Daokui, disse hoje, segundo o portal de notícias da China sina.com, que a alta do juro teve por intenção ajustar as expectativas de inflação e que o momento foi adequado, para evitar reação excessiva dos mercados norte-americano e europeus. O Natal "é um momento muito bom" para elevação de juro, por ser feriado na Europa e nos Estados Unidos, afirmou. As informações são da Dow Jones.