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Ban Ki-moon pede que Iraque resolva a raiz de violência

"Exorto os dirigentes do país (...) a resolver a raiz dos problemas", disse Ban Ki-moon, em sua chegada a Bagdá para uma visita de 2 dias


	Ban Ki-Moon e o primeiro-ministro do Iraque, Nuri al-Maliki: "A situação de insegurança no Iraque é, sem dúvida alguma, fonte de grande preocupação", lamentou Ban (AFP)

Ban Ki-Moon e o primeiro-ministro do Iraque, Nuri al-Maliki: "A situação de insegurança no Iraque é, sem dúvida alguma, fonte de grande preocupação", lamentou Ban (AFP)

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Da Redação

Publicado em 13 de janeiro de 2014 às 14h46.

Bagdá - O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, declarou nesta segunda-feira que os dirigentes iraquianos devem resolver a raiz do problema da violência no Iraque, onde importantes zonas urbanas fogem ao controle das autoridades há duas semanas.

"Exorto os dirigentes do país (...) a resolver a raiz dos problemas", disse Ban Ki-moon, em sua chegada a Bagdá para uma visita de dois dias.

"A situação de insegurança no Iraque é, sem dúvida alguma, fonte de grande preocupação", lamentou Ban durante uma coletiva de imprensa conjunta ao lado do primeiro-ministro iraquiano, Nuri al-Maliki, dizendo-se "muito preocupado com a escalada da violência na província de Al-Anbar".

Nessa província, centenas de homens armados, incluindo jihadistas do Estado Islâmico do Iraque e Levante (EIIL, ligado à Al-Qaeda), tomaram recentemente o controle da cidade de Fallujah e de bairros de Ramadi, 60 e 100 km a oeste de Bagdá.

Iniciados em 30 de dezembro após o desmantelamento em Ramadi de um campo de manifestantes sunitas contrários ao governo, os confrontos em Al-Anbar deixaram mais de 250 mortos, segundo um registro da AFP com base em fontes médicas e oficiais.

Nesta segunda-feira, foram registrados confrontos entre a polícia e os insurgentes em Al-Humaira, ao sul de Ramadi, quando as forças de ordem tentaram reabrir uma delegacia da região, segundo um jornalista da AFP.

Também houve combates em Al-Bubali e Khaldiyah, entre Fallujah e Ramadi, de acordo com autoridades locais, que reabriram uma estrada que liga o Iraque à Jordânia, fechada há meses por manifestantes sunitas que denunciam a discriminação sofrida por sua comunidade pelo governo dominado por xiitas.

"Os líderes iraquianos devem garantir que ninguém fique de lado... que haja uma coesão política... uma coesão social e um diálogo político global", afirmou o chefe da ONU na coletiva de imprensa.

"O que tem acontecido na província de Al-Anbar não tem ligação com os problemas iraquianos", reagiu o premiê Nuri al-Maliki.

"Hoje, não podemos falar de diálogo ...). Não há diálogo com a Al-Qaeda e a decisão soberana do Iraque é acabar com a Al-Qaeda", ressaltou.

A província de Al-Anbar, reduto da insurreição que se seguiu à invasão americana em 2003, havia sido recuperada pelas forças iraquianas e americanas, graças em parte à união das tribos sunitas a partir do final de 2006.

Mas os membros da Al-Qaeda retornaram com toda força, se apoiando no conflito na Síria vizinha e no descontentamento crescente da minoria sunita.

Durante a sua visita, Ban se reunirá também com o vice-presidente Khudayr al-Khuzai, o presidente do Parlamento, Usama al-Nujaifi, e o chefe da comissão eleitoral encarregada de organizar as eleições legislativas previstas para 30 de abril.

A crise em Al-Anbar e a persistência do elevado nível de violência no país constituem as maiores ameaças para Maliki com a aproximação destas eleições.

Mais de 7.800 pessoas morreram vítimas da violência em 2013, segundo a ONU.

"Trata-se de um triste e terrível recorde que confirma a necessidade para as autoridades iraquianas de (...) fazer parar esta engrenagem infernal", declarou Nickolay Mladenov, representante da ONU no Iraque.

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