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Avô resgata sete netos em campo de refugiados na Síria; veja fotos

Patricio Gálvez, um chileno residente na Suécia, viajou um mês para resgatar seus netos, órfãos de jihadistas, no campo de refugiados de Al-Hol

O avô lamentava as dificuldades de comunicação na região, a falta de ajuda e o estado físico de vários de seus netos (Ali Hashisho/Reuters)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 15 de maio de 2019 às 15h51.

Patricio Gálvez, um chileno residente na Suécia, chegou nesta quarta-feira, 15, a Gotemburgo com os sete netos, órfãos de jihadistas, um mês depois de viajar para a Síria para resgatá-los do campo de refugiados de Al-Hol.

As crianças, com idades entre 1 e 8 anos, foram levadas ao campo de Al-Hol após a queda, no final de março, de Al Baguz, o último reduto do califado criado no norte da Síria e do Iraque pelo grupo terrorista Estado Islâmico (EI), ao qual seus pais tinham se unido depois de deixar a Suécia.

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As autoridades curdas que controlam a região autorizaram na semana passada, após uma negociação com a Suécia, a transferência das crianças ao Iraque para se reunir com o avô, submetê-las a exames médicos e realizar os últimos trâmites burocráticos.

"A viagem foi boa, estiveram tranquilas. Agora a polícia virá nos buscar e nos levarão aos escritórios dos serviços sociais", declarou Gálvez à televisão pública sueca "SVT" no aeroporto de Gotemburgo.

Gálvez revelou que os netos estavam "muito felizes" e gritaram ao voltar a Gotemburgo, onde residiam seus pais, uma sueca de origem chilena e Michael Skråmo, um jihadista norueguês-sueco conhecido pelos vídeos nos quais convidava outros compatriotas a se unir ao EI e cometer atentados na Suécia.

A história de Gálvez recebeu muita atenção na imprensa suecos e provocou um intenso debate político sobre a necessidade de resgatar entre 60 e 80 crianças de origem sueca órfãos de jihadistas que estão em acampamentos sírios, algo que foi feito por outros países com seus cidadãos.

O governo sueco se mostrou inicialmente reticente a atuar, mas acabou modificando sua postura, embora tenha ressaltado que cada caso devia ser tratado de forma individual.

"São covardes que não respeitam a convenção internacional dos direitos das crianças. Hoje não se trata de passaportes e nem de documentos consulares. Trata-se de uma ação humanitária", declarou Gálvez em conversa com a Agência Efe no mês passado diante das reservas iniciais de Estocolmo.

Gálvez, de 50 anos, vive na Suécia há três décadas e lamentava as dificuldades de movimento e comunicação na região, a falta de ajuda e o estado físico de vários de seus netos.

Skråmo e sua mulher, ambos convertidos ao Islã, viajaram de férias em 2014 à Turquia com seus quatro filhos - tiveram três mais depois - e de lá se deslocaram à Síria para se unir ao califado. Eles teriam morrido em combate no início deste ano. (Com agências internacionais)

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