Avanço de militantes afeta produção de petróleo no Curdistão
Empresas na região iraquiana do Curdistão começaram a retirar mais pessoal devido à aproximação de militantes do Estado Islâmico à capital regional
Da Redação
Publicado em 8 de agosto de 2014 às 09h19.
Londres - As empresas de petróleo na região iraquiana do Curdistão começaram a retirar mais pessoal nesta sexta-feira devido à aproximação de militantes do Estado Islâmico à capital regional, e a Afren foi a primeira a anunciar que está reduzindo a produção.
As ações de empresas de petróleo ativas no norte do Iraque caíram pelo segundo dia no pregão de Londres, e o fechamento de outros campos de extração e as retiradas de funcionários se tornaram mais prováveis na região, vista até agora como relativamente segura comparada ao resto do país.
O Estado Islâmico considera não muçulmanos e islâmicos xiitas como infiéis, e em muitas das cidades que capturou o grupo fez uma proposta severa: converter-se, fugir ou morrer.
O grupo chegou perto de Arbil, cidade de 1,5 milhão de habitantes que sedia o governo regional curdo e filiais locais de muitas empresas internacionais.
"A Afren tomou a medida preventiva de suspender as operações no campo de Barda Rash", informou a empresa, acrescentando que está retirando todo o pessoal não essencial das instalações.
A Genel Energy, operadora dos dois grandes campos de extração de Taq Taq e Tawke, no Curdistão, declarou ter retirado funcionários "não essenciais" dos campos da região que não estão produzindo petróleo.
Taq Taq e Tawke ainda estão funcionando, afirmou, e estão produzindo uma média de 230 mil barris por dia esta semana.
A Genel recuperou parte do declínio inicial depois de garantir aos investidores a continuidade de suas operações, mas suas ações mantiveram a queda de 3 por cento durante o dia e a empresa perdeu quase 20 por cento de seu valor desde sexta-feira.
A Afren caiu 4,5 por cento, e a Gulf Keystone Petroleum, outra produtora focada no Curdistão, caiu 6,2 por cento, embora ambas tenham se recuperado em parte no final do pregão.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, autorizou na quinta-feira ataques aéreos limitados para deter o avanço dos militantes, que aumentaram a preocupação internacional de uma catástrofe humanitária.
Dezenas de milhares de membros da minoria iraquiana yazidi foram expulsos de suas casas e estão sitiados na montanha.