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Eleições no Equador e Guatemala têm avanço de herdeiros políticos e rejeição a governistas

Novo líder da Guatemala é filho de ex-presidente, e candidata mais votada no Equador quer seguir legado de Rafael Correa

Luisa González, candidata à Presidência do Equador, discursa em Quito (Misha Vallejo/Bloomberg/Getty Images)
Rafael Balago

Repórter de macroeconomia

Publicado em 21 de agosto de 2023 às 10h46.

Última atualização em 21 de agosto de 2023 às 14h38.

Dois países da América Latina tiveram eleições no domingo, 20, e em ambos candidatos que são herdeiros políticos de nomes de peso localmente foram os mais votados. Na Guatemala, o novo presidente, Bernardo Arévalo, 64, é filho de Juan José Arévalo, que governou o país de 1945 a 1951. Ele derrotou Sandra Torres, que tinha apoio, embora silencioso, do atual presidente Alejandro Giammattei,

No Equador, a mais votada no primeiro turno foi Luisa González, que teve vários cargos no governo do ex-presidente Rafael Correa (2007-2017), incluindo o de ministra do Trabalho. Ela deixa claro que quer seguir o trabalho do ex-presidente. “Meu principal assessor será Rafael Correa, claro”, disse na campanha. O ex-mandatário, hoje exilado na Bélgica após ser condenado em seu país, também tem dito que pretende ajudar sua ex-ministra em um futuro governo.

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Com 93% das urnas apuradas, González teve 33,3% dos votos no primeiro turno, e disputará a Presidência com Daniel Noboa. Embora outsider na política, ele é filho do milionário Álvaro Noboa, conhecido como "magnata da banana", que já tentou chegar à Presidência cinco vezes, sem vencer nenhuma.

Governos enfrentam dificuldades para se reeleger

Os resultados dos dois países mostram também que os governos da região seguem com dificuldades para se reeleger ou fazer um sucessor. Nos dois casos, haverá alternância de poder. A Guatemala hoje é governada por Alejandro Giammattei, de direita, que chegou ao fim do primeiro mandato com baixa popularidade. O novo presidente, Bernardo Arévalo, é de centro-esquerda e fez campanha prometendo reforçar o combate à corrupção.

No Equador, o presidente Guillermo Lasso, de direita,antecipou eleições para escapar de um julgamento político(impeachment), e a votação atual serve para escolher quem terminará seu mandato, que vai até 2025. Nenhum dos candidatos mais votados teve seu apoio. Luisa González, que liderou no primeiro turno, é de esquerda. Ela disputa com Daniel Nóboa, um deputado de primeiro mandato que defende ideias liberais e tem postura de centro.

"Há um sentimento anti-establishment muito profundo. A vasta maioria dos governos latinoamericanos não consegue se reeleger. Todos os presidentes, com exceção do Lula, são de primeiro mandato. A princípio, essa tendência vai permanecer", analisa Oliver Stuenkel, professor de relações internacionais na FGV-SP. "Essa alta troca de governos só vai mudar se tiver outro boom de commodities que permita que os governos possam aumentar os gastos sociais de forma sustentável."

Próximas eleições na América Latina

O segundo turno no Equador está marcado para 15 de outubro, e o novo presidente toma posse em 30 de novembro.

Em 22 de outubro, haverá eleições deprimeiro turno na Argentina.

Já o novo presidente da Guatemala toma posse em 14 de janeiro de 2024.

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