Autoridades chinesas derrubam igreja evangélica
Partido Comunista Chinês (PCC), no poder, desconfia de qualquer movimento organizado que possa escapar de seu controle
AFP
Publicado em 13 de janeiro de 2018 às 10h44.
As autoridades chinesas demoliram uma imensa igreja no norte do país, o que uma associação de defesa dos cristãos denunciou neste sábado como uma perseguição digna do grupo Estado Islâmico ".
O Partido Comunista Chinês (PCC), no poder, desconfia de qualquer movimento organizado que possa escapar de seu controle, principalmente as organizações religiosa.
A monumental igreja evangélica Jindengtai ("Candelabro dourado"), pintada de cinza e coroada por uma grande cruz vermelha, estava situada em Linfen, uma cidade da província de Shanxi.
Sua demolição foi realizada "dentro de uma campanha municipal dirigida a eliminar as construções ilegais", indicou o jornal Global Times, que cita um dirigente da cidade que não quis ser identificado.
"Um cristão deu um terreno a uma associação cristã local e construíram em segredo uma igreja, alegando construir um armazém", segundo a mesma fonte.
As autoridades mandaram parar a obra em 2009. Segundo a fonte, vários membros da associação cristã foram então detidos.
"Um grupo de policiais militares forma mobilizados e realizaram a destruição com uma grande quantidade de explosivos colocados debaixo da igreja", informou à AFP Bob Fu, presidente da China Aid, um grupo de defesa dos direitos religiosos com sede nos Estados Unidos.
"Esta perseguição é digna do [grupo jihadista] Estado Islâmico e dos talibãs", denunciou, enfatizando que esta igreja evangélica contava com 50.000 fiéis.
As religiões oficialmente reconhecidas na China (catolicismo, protestantismo, islamismo, budismo, taoísmo) são rigidamente reguladas. Devem jurar lealdade às associações "patrióticas" controladas pelo Estado, que pretende assim evitar qualquer influência estrangeira através da religião.
A China conta com 5,7 milhões de católicos e 23 milhões de protestantes, segundo estatísticas oficiais de 2014. Uma cifra que exclui os milhões de membros de igrejas não reconhecidas, principalmente protestantes.