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Justiça decide se Netanyahu será acusado de corrupção nesta quarta

Além do risco de ser processado por casos de fraude e corrupção, Netanyahu enfrenta dificuldades para formar governo

Benjamin Netanyahu: nesta quarta-feira, os advogados do primeiro-ministro israelense afirmaram que apresentarão "provas sólidas" para mudar a opinião do procurador-geral (Heidi Levine/Reuters)
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AFP

Publicado em 2 de outubro de 2019 às 11h30.

Última atualização em 2 de outubro de 2019 às 11h32.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu , vive nesta quarta-feira um dia crucial para sua sobrevivência política, com uma audiência judicial que determinará se ele será acusado por corrupção e, ao mesmo tempo, o prosseguimento das complexas negociações para tentar formar uma coalizão e permanecer no cargo.

A vida política israelense está paralisada desde as eleições legislativas de 17 de setembro, nas quais o partido de Netanyahu e o de seu adversário Benny Gantz conquistaram praticamente o mesmo número de votos, mas sem alcançar a maioria necessária no Parlamento para governar.

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Netanyahu, que é primeiro-ministro há 10 anos, recebeu do presidente Reuven Rivlin a missão de formar o governo, mas as negociações com Gantz parecem estagnadas.

Nesta quarta-feira, os advogados do primeiro-ministro israelense afirmaram que apresentarão "provas sólidas" para mudar a opinião do procurador-geral e evitar que seu cliente seja oficialmente acusado de fraude, corrupção e abuso de confiança.

"Com base nos dados da investigação e nos elementos que possui a equipe de defesa do primeiro-ministro, acredito que há provas sólidas que farão com que o procurador mude de ideia", declarou Ram Caspi, advogado de Netanyahu, ao chegar ao ministério da Justiça.

Os advogados de Netanyahu começarão a ser questionados pelo procurador-geral de Israel, Avichai Mandelblit, que decidirá se acusa formalmente Netanyahu, o mais longevo dos primeiros-ministros israelenses.

"O primeiro-ministro não está acima da lei, mas tampouco abaixo", disse Caspi.

A audiência pode ter duração de até quatro dias por englobar três casos separados, nos quais Netanyahu é acusado de atuar para beneficiar empresários e admiradores em troca de favores ou, por exemplo, de uma cobertura favorável da imprensa.

O chefe de Governo, que nega todas as acusações, pediu a transmissão ao vivo da audiência ao alegar que "não tem nada a esconder".

O procurador Mandelblit rejeitou a ideia e afirmou que o objetivo da audiência é convencer as autoridades legais, não o público.

De modo paralelo à audiência, Netanyahu pode se ver obrigado a informar ao presidente Rivlin que não consegue formar um novo governo.

Os negociadores do partido conservador Likud de Netanyahu tentarão organizar novos encontros com representantes do partido centrista de Gantz, Azul e Branco.

O partido de Gantz, no entanto, afirmou que não vê razões para as reuniões porque ainda não foram atendidas as condições prévias que deseja para negociar.

Se Netanyahu informar ao presidente do país sobre sua incapacidade de formar o governo, Rivlin terá que decidir se solicitará a Gantz que faça uma tentativa

Rivlin tem a alternativa de solicitar ao Parlamento que escolha um candidato a primeiro-ministro, que precisará de 61 votos dos 120 membros da Câmara.

Netanyahu e Gantz trocam acusações sobre o fracasso das negociações e estão longe de um entendimento, começando por quem deve ser próximo primeiro-ministro.

Gantz alega que como seu partido conquistou uma cadeira a mais que o Likud no Parlamento nas eleições (33 a 32), ele deve ser o chefe de Governo. Também afirma que o partido Azul e Branco não quer integrar um governo em que o primeiro-ministro pode ser acusado formalmente de corrupção.

Netanyahu alega que, apesar de seu partido ter um representante a menos no Parlamento, ele conta com o apoio da maioria dos pequenos partidos.

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