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Ativistas querem abrir primeira escola gay britânica em 2018

A ativista do grupo LGBT Youth North West assegurou que as leis atuais não servem para proteger os homossexuais da homofobia

Sala de aula: o deputado conservador e ex-ministro de Educação Tim Loughton advertiu que a medida poderia instaurar a segregação no sistema educacional britânico (Tiffany Szerpicki)
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Da Redação

Publicado em 16 de janeiro de 2015 às 09h56.

Londres - Um grupo de defesa dos direitos dos homossexuais anunciou nesta sexta-feira a intenção de abrir, dentro de três anos, a primeira escola do Reino Unido para alunos da comunidade LGBT.

A ideia parte do ramo juvenil do movimento LGBT (lésbica, gays, bissexuais e transgênero) no noroeste do país, que prevê estabelecer um centro com 40 classes permanentes em Manchester, norte da Inglaterra, para 2018.

"Trata-se de salvar vidas", declarou ao jornal "The Daily Telegraph" a diretora da LGBT Youth North West, Amelia Lee.

A ativista assegurou que as leis atuais não servem para proteger os homossexuais da homofobia, ao mesmo tempo que denunciou que os casos de assédio nas escolas são "incrivelmente comuns".

"Isto leva os jovens a se sentir isolados e alienados, o que frequentemente desemboca em absentismo escolar ou, no pior dos casos, em suicídios", disse Lee.

Em declarações a esse mesmo meio, o deputado conservador e ex-ministro de Educação Tim Loughton advertiu que a medida poderia instaurar a segregação no sistema educacional britânico.

"Necessitamos fazer muito mais para combater o assédio homofóbico e criar uma sociedade mais tolerante. Não acho que a segregação de um grupo de jovens por sua sexualidade possa ajudar a gerar entendimento e colaboração", opinou o político "tory".

Segundo Loughton, a via para conseguir "mais integração, compreensão e empatia" não está na "separação de membros de um grupo", uma medida, disse, que suporia "um passo para atrás para" conseguir uma sociedade mais tolerante.

Com relação a isso, a LGBT Youth North West sustenta que o sistema educacional britânico não está preparado para abordar questões relacionadas com a identidade sexual do aluno.

"Os professores nas escolas tradicionais têm problemas para tratar assuntos relacionados com o assédio e para abordar casos de estudantes que querem revelar sua condição sexual", apontou Lee, que considerou que as escolas são "o último reduto da homofobia".

A ativista lembrou o recente caso da jovem de 14 anos Elizabeth Lowe, que se suicidou em um parque de Manchester porque, entre outros motivos, temia "sair do armário" e se preocupava a reação de seus pais.

São Paulo – Enquanto alguns países preveem prisão e pena de morte para homossexuais, outros autorizam o casamento gay e têm leis que proíbem a discriminação baseada na orientação sexual. Utilizando dados da Ilga (International lesbian, gay, bissexual, trans and intersex association) e do Departamento de Estado dos Estados Unidos é possível encontrar alguns países que oferecem mais direitos aos homossexuais – e menor quantidade de relatos de violência.  Islândia e África do Sul, apesar de autorizarem o casamento gay e possuírem leis que criminalizam a discriminação, como muitos países dessa lista, ficaram de fora em decorrência de alguns casos de discriminação reportados no relatório do Departamento de Estado dos EUA. Clique nas fotos ao lado e veja os direitos em alguns países.
  • 2. Bélgica

    2 /12(Getty Images)

  • Veja também

    A lei proíbe a discriminação baseada em raça, gênero, incapacidade, língua ou classe social e identifica 18 áreas possíveis de discriminação sujeitas a penalidades, entre elas, orientação sexual, de acordo com levantamento do Departamento de Estado dos EUA. A Bélgica é o quinto país da Europa que mais respeita os direitos humanos dos homossexuais, segundo levantamento da Ilga Europa. O país permite o casamento gay e a adoção conjunta e tem leis contra a discriminação de homossexuais, segundo a Ilga.  No país, já foram feitas campanhas para encorajar vítimas de violência e discriminação a prestarem queixa – tendo em vista que em 2010 apenas quatro reclamações foram encaminhadas à promotoria, segundo um levantamento sobre direitos humanos realizado pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos. Acredita-se que as vítimas sentem vergonha ou pensam que a reclamação não terá resultados.
  • 3. Canadá

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  • No país, a lei proíbe a discriminação baseada na orientação sexual e o código criminal prevê penalidades para crimes motivados por preconceito ou ódio baseado em características pessoais, incluindo orientação sexual e o casamento gay é permitido, segundo levantamento da Ilga. Organizações homossexuais funcionam independentemente e sem restrições.
  • 4. Espanha

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    A comunidade LGBT é largamente aceita no país – há muitas organizações e não há relatos de tentativas de impedir que elas operem, segundo levantamento sobre direitos humanos realizado pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos.  A lei local proíbe a discriminação baseada em raça, gênero, incapacidade ou posição social. E o governo geralmente a faz cumprir. O país permite o casamento gay e a adoção conjunta, segundo levantamento feito pela Ilga Europa, que aponta a Espanha como o segundo país do continente entre os que mais respeitam os direitos humanos dos homossexuais.
  • 5. Países Baixos

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    A Constituição proíbe a discriminação com base na orientação sexual e não há impedimentos legais para a organização de eventos gay, segundo levantamento do Departamento de Estados dos EUA. Em 2011, o país registrou um acréscimo nas denúncias de ofensas e acredita que parte disso deve-se a uma campanha governamental que convocava as vítimas a relatarem incidentes. Os países baixos estão entre os dez países que mais respeitam os direitos humanos dos gays, de acordo com a Ilga Europa. O casamento e a adoção conjunta são permitidos.
  • 6. Noruega

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    O casamento e a adoção conjunta são permitidos e o país está entre os dez países que mais respeitam os direitos humanos dos gays, de acordo com a Ilga Europa. Também há leis contra a discriminação com base na orientação sexual.  Não há impedimentos para a existência de organizações LGBT e a polícia não perpetua, tampouco perdoa, a violência contra homossexuais, de acordo com o levantamento do Departamento de Estado dos EUA.  Em dezembro, uma campanha local incentivou o registro de violência contra homossexuais. Uma associação local recebeu 20 relatos de incidentes em um mês, comparado a 36 crimes contra homossexuais registrados durante todo o ano de 2009.
  • 7. Portugal

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    A Constituição do país proíbe a discriminação baseada em raça, gênero, incapacidade, idioma e status social – e o governo reforça essas proibições, segundo o levantamento. O casamento gay é permitido e o país está entre os dez que mais respeitam os direitos humanos dos gays, de acordo com a Ilga Europa. Há leis que proíbem a discriminação com base na orientação sexual.  Em Portugal, em 2011, não foi registrado nenhum relato de discriminação baseada na orientação sexual no ambiente de trabalho, moradia ou acesso a educação ou saúde, de acordo com um levantamento sobre direitos humanos realizado pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos.
  • 8. Reino Unido

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    Na Europa, o Reino Unido é o primeiro colocado entre os países que mais respeitam os direitos humanos dos homossexuais, de acordo com um levantamento realizado pela Ilga Europa, que leva em consideração 42 critérios.  A Comissão de direitos humanos na Inglaterra, País de Gales e Escócia combate a discriminação baseada em raça, sexo, religião, idade e orientação sexual. O casamento gay não é permitido, apenas a união civil, segundo levantamento da Ilga Europa.  A lei encoraja juízes a dar uma sentença mais pesada em casos de agressão em que a orientação sexual da vítima tenha motivado a hostilidade. A polícia treina oficiais para identificarem esses ataques, segundo um levantamento sobre direitos humanos realizado pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos com dados de 2011.
  • 9. Suécia

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    A Suécia é considerada o quarto país na Europa que mais respeita os direitos humanos dos gays, segundo levantamento da Ilga Europa. O casamento gay e a adoção conjunta são permitidos. A legislação do país também proíbe a discriminação baseada em raça, gênero, idade, incapacidade, orientação sexual, entre outros – mas nem sempre o governo faz essas proibições serem cumpridas, segundo levantamento sobre direitos humanos realizado pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos. Em 2010 foram reportados 801 crimes baseados na orientação sexual ou no gênero.
  • 10. Alemanha

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    Na lista da Ilga Europa, a Alemanha aparece como o segundo país que mais respeita os direitos humanos dos homossexuais. A legislação do país proíbe a discriminação com base na orientação sexual. Organizações homossexuais não relatam dificuldades em suas operações no país, segundo relatório do Departamento de Estado dos Estados Unidos. Em 2010, o governo relatou 164 crimes motivados por uma inclinação anti homossexuais. Desses, 45 foram violentos. Em um julgamento, a corte de justiça determinou que casais do mesmo sexo deveriam estar aptos a ter os mesmos benefícios de aposentadoria que casais heterossexuais.
  • 11. Hungria

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    Na Hungria, há leis que punem a discriminação de homossexuais. O país está entre os dez que mais respeitam os direitos humanos dos homossexuais, de acordo com levantamento da Ilga Europa.  No entanto, o Departamento de Estado dos Estados Unidos alerta que, apesar de o Código Penal recomendar uma punição maior para violência contra homossexuais, mesmo sem explicitar isso, ainda há violência contra os grupos no país. O levantamento afirma que a parada gay anual acaba sendo um centro de ataques. A marcha de 2011 ocorreu sem nenhum incidente do tipo.
  • 12. Veja agora onde a legislação prevê prisão e pena de morte para homossexuais:

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