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Assessor de Obama pressiona por mais tributação

A Casa Branca e o Congresso estão em busca de um acordo que permita evitar medidas de austeridade, manter o financiamento ao governo e reduzir o déficit público


	Presidente dos EUA, Barack Obama: em 31 de dezembro, o Tesouro atingiu o teto de endividamento autorizado pelo Congresso, de 16,4 trilhões de dólares.
 (REUTERS / Jonathan Ernst)

Presidente dos EUA, Barack Obama: em 31 de dezembro, o Tesouro atingiu o teto de endividamento autorizado pelo Congresso, de 16,4 trilhões de dólares. (REUTERS / Jonathan Ernst)

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Da Redação

Publicado em 9 de janeiro de 2013 às 14h49.

Washington - O Congresso dos EUA deve reconhecer, na próxima rodada de negociações sobre a redução do déficit, que o presidente Barack Obama só aceitará um acordo que inclua uma maior arrecadação tributária, disse à Reuters o principal assessor econômico da Casa Branca, Gene Sperling.

A Casa Branca e o Congresso estão em busca de um acordo que permita evitar as medidas de austeridade, manter o financiamento ao governo e reduzir o déficit público em longo prazo.

O líder republicano no Senado, Mitch McConnell, descartou a elevação de impostos como parte de um eventual acordo, mas Sperling disse que uma fatia significativa das verbas adicionais precisará ter origem tributária.

"O presidente não está sugerindo que nesta próxima rodada de redução do déficit tudo gire em torno da arrecadação", disse Sperling em entrevista gravada na terça-feira para o programa "Impact Players", da Reuters TV.

"Ele está apenas sugerindo que continuemos a fazer isso de forma equilibrada, de modo que nosso acordo geral realmente seja de cerca de dois dólares em cortes de gastos para cada dólar na arrecadação." Republicanos e democratas chegaram a um acordo na semana passada para atenuar o pacote de austeridade que deveria entrar em vigor no começo do ano, e que poderia levar os EUA de volta para uma recessão.


Mas o acordo só adiou por dois meses algumas das medidas mais duras: os cortes de gastos generalizados em áreas como defesa e educação. Além disso, uma medida orçamentária temporária expira em março, e sua não prorrogação pode levar a uma paralisação governamental, como já ocorreu por breves períodos em 1995 e 1996.

Alguns republicanos insistem que as novas discussões sobre o déficit estejam atreladas a um debate sobre autorizar o Tesouro a se endividar mais.

Em 31 de dezembro, o Tesouro atingiu o teto de endividamento autorizado pelo Congresso, de 16,4 trilhões de dólares, e os EUA terão de declarar uma moratória da sua dívida dentro de alguns meses se esse limite não for ampliado.

Sperling criticou os republicanos por usarem o teto da dívida como peça de barganha. "Podemos brigar, podemos discutir, mas nenhum de nós deve colocar uma arma na cabeça do país", disse Sperling em entrevista a Robert Wolf, da Reuters, que assessora Obama como membro do conselho de empregos da Casa Branca, e é ex-executivo-chefe da UBS Americas.


Na semana passada, o governo autorizou a elevação de impostos sobre a maioria dos trabalhadores, ao permitir que expirasse uma isenção fiscal de dois anos sobre as folhas de pagamentos.

E, numa substancial concessão da oposição republicana, o acordo também elevou o imposto de renda para a parcela mais rica da população, mas manteve a alíquota vigente para famílias que ganham até 450 mil dólares por ano.

"Certamente há margem significativa para mais arrecadação que seja relacionada a coisas que os republicanos concordaram ou propuseram", disse Sperling, que é diretor do Conselho Econômico Nacional da Casa Branca.

Ele observou que o presidente já aventou a hipótese de reduzir a possibilidade de abatimento dos juros hipotecários nas declarações de impostos dos norte-americanos mais ricos.

"Esse é o tipo de coisa que poderia ser acompanhado de uma seríssima reforma nos direitos adquiridos, para termos um próximo passo na redução do déficit", disse Sperling.

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