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Armazenar energia renovável é vital para cumprir com acordos

Os países precisam assumir os compromissos do acordo de Paris para que a temperatura do planeta não aumente mais do que dois graus no final do século

COP 21: os países precisam assumir os compromissos do acordo de Paris para que a temperatura do planeta não aumente mais do que dois graus no final do século (Eric Gaillard/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 9 de março de 2016 às 12h50.

Madri - Alcançar e estender o armazenamento de energia renovável será fundamental para acelerar a transição energética e para que os países possam cumprir com os compromissos assumidos no acordo do clima de Paris para que a temperatura do planeta não aumente mais do que dois graus no final do século.

Assim explica Luke Sussams, analista da organização internacional Carbon Tracker, especialista em risco climático nos mercados financeiros, em entrevista à Agência Efe.

Sussams disse que o desafio "crucial" para que de verdade ocorra uma transição energética rumo um mundo baixo em carbono "está em avançar no armazenamento da geração renovável, porque facilitaria sua penetração em massa no sistema elétrico".

"Se o armazenamento for feito, as energias renováveis serão imparáveis e se imporão sem dúvida nenhuma", ressalta.

O analista britânico é "otimista" neste sentido. "As melhoras que experimentaram as energias renováveis nos últimos anos foram realmente surpreendentes, a queda dos custos foi muito significativa e em muitos países se alcançou a paridade".

Sussams disse que a expansão das energias renováveis é "totalmente factível" sem a necessidade de subvenções.

"As ajudas e as tarifas fixas eram um apoio para que a tecnologia decolasse até ser competitiva no mercado, quando isto é atingido, como ocorre em muitos países, as ajudas deixam de fazer sentido".

O analista da Carbon Tracker está convencido de que a queda de preços do petróleo "não afetará a expansão das energias renováveis", como, segundo sua opinião, demonstram dados como os US$ 329 bilhões de investimento em novos projetos de energia limpa em 2015.

"O investimento em energias renováveis resistiu aos baixos preços do petróleo, que se manterão assim durante todo este ano. Seguramente haverá um aumento do preço do petróleo em 2017, mas duvido que voltemos a ver o barril acima dos cem dólares", acrescenta.

Nessa linha, Sussams não acredita que os baixos preços do petróleo vão ser um impedimento para cumprir com os objetivos de redução de emissões aos quais cerca de 200 países se comprometeram em Paris.

Apesar de "haver muitas dúvidas abertas, como se os países vão levar a sério seus compromissos e vão implementá-los a cada cinco anos para assegurar que a temperatura não subirá mais de dois graus, o acordo de luta contra a mudança climática de Paris é quase um milagre".

"É a primeira vez na história da humanidade na qual tantos governos se unem em um mesmo acordo, o que é um sinal político tremendo para os mercados", acrescenta.

Sussams lembra também que o pacto inclui "terminologia muito ambiciosa que ninguém pensava que seria incluída", como "o compromisso de deixar a temperatura muito abaixo dos dois graus, e fazer todo o possível para que não supere 1,5".

"Isto não quer dizer que o 1,5 graus vai ser alcançado, porque tecnicamente é quase impossível, mas é preciso falar de 1,5 para tentar pararmos nos 2", aponta.

Sussams está convencido que para conseguir esse objetivo climático, dois terços das reservas de combustíveis fósseis conhecidas "devem ficar sob terra, e nessas reservas entram tanto as manejadas por empresas como pelos países".

No entanto, lembra que o "risco para a mudança climática" não está tanto nessas reservas fósseis conhecidas atualmente, mas nas que "ficariam por explorar no futuro".

Por isso, o analista acredita que somente a decolagem em massa das renováveis reduzirá a demanda de combustíveis fósseis e determinará que as reservas restantes fiquem sob terra.

No caso do carvão, Sunssams opinou que a demanda já "tocou pico" e que o declive da mesma "é totalmente estrutural e não cíclico".

Estamos em condições de dizer que "o declive do carvão é irreversível".

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"Se o armazenamento for feito, as energias renováveis serão imparáveis e se imporão sem dúvida nenhuma", ressalta.

O analista britânico é "otimista" neste sentido. "As melhoras que experimentaram as energias renováveis nos últimos anos foram realmente surpreendentes, a queda dos custos foi muito significativa e em muitos países se alcançou a paridade".

Sussams disse que a expansão das energias renováveis é "totalmente factível" sem a necessidade de subvenções.

"As ajudas e as tarifas fixas eram um apoio para que a tecnologia decolasse até ser competitiva no mercado, quando isto é atingido, como ocorre em muitos países, as ajudas deixam de fazer sentido".

O analista da Carbon Tracker está convencido de que a queda de preços do petróleo "não afetará a expansão das energias renováveis", como, segundo sua opinião, demonstram dados como os US$ 329 bilhões de investimento em novos projetos de energia limpa em 2015.

"O investimento em energias renováveis resistiu aos baixos preços do petróleo, que se manterão assim durante todo este ano. Seguramente haverá um aumento do preço do petróleo em 2017, mas duvido que voltemos a ver o barril acima dos cem dólares", acrescenta.

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Apesar de "haver muitas dúvidas abertas, como se os países vão levar a sério seus compromissos e vão implementá-los a cada cinco anos para assegurar que a temperatura não subirá mais de dois graus, o acordo de luta contra a mudança climática de Paris é quase um milagre".

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Sussams lembra também que o pacto inclui "terminologia muito ambiciosa que ninguém pensava que seria incluída", como "o compromisso de deixar a temperatura muito abaixo dos dois graus, e fazer todo o possível para que não supere 1,5".

"Isto não quer dizer que o 1,5 graus vai ser alcançado, porque tecnicamente é quase impossível, mas é preciso falar de 1,5 para tentar pararmos nos 2", aponta.

Sussams está convencido que para conseguir esse objetivo climático, dois terços das reservas de combustíveis fósseis conhecidas "devem ficar sob terra, e nessas reservas entram tanto as manejadas por empresas como pelos países".

No entanto, lembra que o "risco para a mudança climática" não está tanto nessas reservas fósseis conhecidas atualmente, mas nas que "ficariam por explorar no futuro".

Por isso, o analista acredita que somente a decolagem em massa das renováveis reduzirá a demanda de combustíveis fósseis e determinará que as reservas restantes fiquem sob terra.

No caso do carvão, Sunssams opinou que a demanda já "tocou pico" e que o declive da mesma "é totalmente estrutural e não cíclico".

Estamos em condições de dizer que "o declive do carvão é irreversível".

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