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Argentina condena 28 por crimes da ditadura

No processo foram imputadas 43 pessoas por sequestros, torturas, roubo de menores e assassinatos contra mais de 700 vítimas

Manifesto: milhares de pessoas se reuniram nas porta do tribunal de Córdoba, 700 km ao norte de Buenos Aires, à espera da leitura da sentença (Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 25 de agosto de 2016 às 16h34.

Um tribunal argentino condenou, nesta quinta-feira, à prisão perpétua 28 acusados, entre eles o ex-general Luciano Menéndez, que soma 14 vereditos pelos crimes cometidos em La Perla, um emblemático centro de detenção clandestino na província de Córdoba durante a ditadura (1976-193).

Menéndez, ex-chefe do Terceiro Corpo do Exército (centro do país), foi considerado culpado por 82 desaparecimentos de pessoas no campo de concentração La Perla-La Ribera, além de 52 homicídios, 260 sequestros e 656 casos de tortura.

No processo foram imputadas 43 pessoas por sequestros, torturas, roubo de menores e assassinatos contra mais de 700 vítimas, 279 delas ainda desaparecidas.

Dez acusados receberam penas entre dois anos e seis meses e 21 anos de prisão. Cinco foram absolvidos, onze dos culpados morreram desde que a causa foi iniciada em 2012 e quatro foram declarados incapazes.

Durante o julgamento, 600 pessoas foram escutadas e trouxeram à tona os crimes cometidos nos centros "La Perla", La Ribera e no Departamento de Informações da Polícia de Córdoba (D2).

Milhares de pessoas se reuniram nas porta do tribunal de Córdoba, 700 km ao norte de Buenos Aires, à espera da leitura da sentença em um caso emblemático de terrorismo de Estado no país.

Menéndez, 89 anos, apelidado de "La Hiena", é o militar que concentra o maior número de sentenças, das quais 12 são de prisão perpétua por crimes cometidos durante a ditadura, que deixou 30.000 desaparecidos, segundo instituições de direitos humanos.

Entre 1975 e 1979, o militar destituído esteve à frente do III Corpo do Exército, uma estratégica unidade militar com sede em Córdoba, área de forte desenvolvimento industrial e local de emblemáticas lutas sindicais nas décadas de 1960 e 1970, e que abarca o noroeste do país.

Menéndez nunca mostrou arrependimento e dias atrás afirmou diante do tribunal que "não houve repressão ilegal alguma".

"Os delinquentes acusam as forças legais e se apresentam à justiça dizendo que são vítimas", afirmou. Nesta quinta-feira escutou sua sentença junto ao resto dos acusados.

Representantes de organismos defensores dos direitos humanos presenciaram a leitura, entre eles a titular das Avós da Praça de Maio, Estela de Carlotto.

Também esteve presente o governador da província, Juan Schiaretti, junto a Sonia Torres, presidente das Avós de Córdoba, cuja filha deu à luz no centro clandestino de La Perla.

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Um tribunal argentino condenou, nesta quinta-feira, à prisão perpétua 28 acusados, entre eles o ex-general Luciano Menéndez, que soma 14 vereditos pelos crimes cometidos em La Perla, um emblemático centro de detenção clandestino na província de Córdoba durante a ditadura (1976-193).

Menéndez, ex-chefe do Terceiro Corpo do Exército (centro do país), foi considerado culpado por 82 desaparecimentos de pessoas no campo de concentração La Perla-La Ribera, além de 52 homicídios, 260 sequestros e 656 casos de tortura.

No processo foram imputadas 43 pessoas por sequestros, torturas, roubo de menores e assassinatos contra mais de 700 vítimas, 279 delas ainda desaparecidas.

Dez acusados receberam penas entre dois anos e seis meses e 21 anos de prisão. Cinco foram absolvidos, onze dos culpados morreram desde que a causa foi iniciada em 2012 e quatro foram declarados incapazes.

Durante o julgamento, 600 pessoas foram escutadas e trouxeram à tona os crimes cometidos nos centros "La Perla", La Ribera e no Departamento de Informações da Polícia de Córdoba (D2).

Milhares de pessoas se reuniram nas porta do tribunal de Córdoba, 700 km ao norte de Buenos Aires, à espera da leitura da sentença em um caso emblemático de terrorismo de Estado no país.

Menéndez, 89 anos, apelidado de "La Hiena", é o militar que concentra o maior número de sentenças, das quais 12 são de prisão perpétua por crimes cometidos durante a ditadura, que deixou 30.000 desaparecidos, segundo instituições de direitos humanos.

Entre 1975 e 1979, o militar destituído esteve à frente do III Corpo do Exército, uma estratégica unidade militar com sede em Córdoba, área de forte desenvolvimento industrial e local de emblemáticas lutas sindicais nas décadas de 1960 e 1970, e que abarca o noroeste do país.

Menéndez nunca mostrou arrependimento e dias atrás afirmou diante do tribunal que "não houve repressão ilegal alguma".

"Os delinquentes acusam as forças legais e se apresentam à justiça dizendo que são vítimas", afirmou. Nesta quinta-feira escutou sua sentença junto ao resto dos acusados.

Representantes de organismos defensores dos direitos humanos presenciaram a leitura, entre eles a titular das Avós da Praça de Maio, Estela de Carlotto.

Também esteve presente o governador da província, Juan Schiaretti, junto a Sonia Torres, presidente das Avós de Córdoba, cuja filha deu à luz no centro clandestino de La Perla.

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