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Arábia Saudita reduz produção de petróleo pela metade após ataques

Além do impacto na economia e no abastecimento de petróleo, o ataque, com drones, deixou uma profunda marca política

Fumaça em planta da Aramco após ataques, em Asqaiq, na Arábia Saudita, dia 14/9/2019 (Reuters/Reuters)
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EFE

Publicado em 15 de setembro de 2019 às 09h31.

Riad - A Arábia Saudita anunciou uma redução da produção da principal companhia petrolífera do mundo, a estatal Saudi Aramco, em 50% após o ataque dos rebeldes houthis iemenitas contra duas das suas refinarias, embora tenha informado que cobrirá a demanda dos clientes com estoques.

Além do impacto na economia e no abastecimento de petróleo, o ataque, com dez aviões não tripulados, deixou uma profunda marca política, com os Estados Unidos responsabilizando o Irã, que respalda os houthis, e Riad garantindo que tem vontade e capacidade de responder à agressão.

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Perto da meia-noite (local, 18h de Brasília), quase 20 horas depois do bombardeio, o novo ministro de Energia da Arábia Saudita, o príncipe Abdulaziz bin Salman, filho do rei, teve que ir a público reconhecer que a Aramco diminuiu a produção em cerca de 5,7 milhões de barris, ou cerca de 50%.

As explosões também detiveram a produção de gás associado em 2 bilhões de pés cúbicos por dia, utilizada para produzir 700 mil barris de gás líquido. Com isso, a provisão de gás etano e gás natural será reduzida em até 50%, segundo informações de Abdulaziz divulgadas pela agência de notícias estatal "SPA".

A empresa, considerada pelas agências de classificação de crédito Moody's e Fitch como a empresa com mais lucro em todo o mundo, com um lucro líquido estimado em US$ 111,1 bilhões em 2018, ainda está calculando os danos e divulgará uma atualização a respeito nas próximas 48 horas.

Embora não tenha havido cortes de eletricidade nem água no país, o próprio presidente americano, Donald Trump, admitiu durante uma conversa por telefone com o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, que o ataque afetou a economia do EUA e de todo o mundo.

Trump também se ofereceu para colaborar no que possa ajudar na segurança e na estabilidade de Riad, que lidera uma coalizão militar no Iêmen contra os rebeldes e a favor do Governo reconhecido internacionalmente, cuja cúpula está quase toda exilada em território saudita.

No entanto, Salman lhe disse que o reino conta com a vontade e a capacidade para enfrentar e tratar a agressão terrorista dos houthis, que tornaram os ataques a alvos na Arábia Saudita como aeroportos e refinarias uma tarefa diária.

Apesar da assiduidade e que há menos de um mês tenham atacado com o mesmo número de drones outras instalações da Aramco, desta vez o grupo conseguiu causar incêndios e uma grande perda econômica.

Os detalhes sobre o impacto chegaram horas depois que a imprensa saudita e iemenita tenho começado o sábado com alertas e imagens que mostravam um complexo petrolífero com vários focos em chamas.

O porta-voz militar houthi, Yahya Sarea, informou em comunicado que as instalações atacadas ficavam nas áreas sauditas de Abqaiq e Khurais, onde uma dezena de aviões não tripulados causaram impacto de forma "precisa e direta".

"Prometemos ao regime saudita que as nossas operações futuras se expandirão mais e mais e serão mais dolorosas do que antes enquanto as agressões e o assédio continuarem", declarou o porta-voz, que considera o ataque uma resposta legítima após cinco anos de agressões sauditas no Iêmen.

O conflito iemenita explodiu no final de 2014, quando os rebeldes ocuparam Sana e outras províncias do país e expulsaram o presidente Abdo Rabu Mansour Hadi. No ano seguinte, começou a intervenção da aliança árabe.

Os houthis, por sua vez, têm apoio do Irã. Irã. Por isso, o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, acusou a Teerã dos ataques e declarou, inclusive, que não há evidências que sugiram que essa ofensiva foi lançada do Iêmen.

"No meio de convocações para reduzir a tensão, o Irã lançou um ataque sem precedentes contra o fornecimento de energia do mundo", escreveu Pompeo no Twitter.

O enviado especial das Nações Unidas para o Iêmen, Martin Griffiths, externou a "extrema preocupação" com os ataques e pediu contenção.

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