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Após revés no Parlamento, governo britânico retira votação do Brexit

Decisão foi tomada depois que o Parlamento aprovou uma emenda que força o primeiro-ministro a pedir o adiamento do Brexit

Brexit: Johnson disse que não negociará "um atraso" com a UE porque a lei não o "obriga a fazê-lo" (Christopher Furlong/Getty Images)
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EFE

Publicado em 19 de outubro de 2019 às 12h29.

Última atualização em 19 de outubro de 2019 às 16h11.

Londres - O governo do Reino Unido decidiu não submeter o acordo do Brexit à votação parlamentar neste sábado, após o Parlamento aprovar uma emenda que força o primeiro-ministro, Boris Johnson , a pedir um adiamento para depois de 31 de outubro.

A Câmara dos Comuns (câmara baixa) se reuniu em sessão extraordinária neste sábado - o que não acontecia neste dia da semana há 37 anos - para decidir se apoiaria ou não o acordo.

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Johnson, que tinha chegado a um acordo sobre o Brexit com a União Europeia (UE) na quinta-feira passada, sofreu um revés quando a emenda de adiamento foi apoiada por 322 votos a favor e 306 contra.

A iniciativa foi impulsionada pelo deputado ex-conservador e agora independente Oliver Letwin, e pede o adiamento da ratificação definitiva do acordo do Brexit até que a legislação para implementá-lo seja aprovada, o que obriga Johnson a solicitar outro prazo para depois de outubro.

Visivelmente incomodado ao término da votação, o premiê declarou que não negociará "um atraso" com a União Europeia porque a lei não o "obriga a fazê-lo". Segundo ele, um novo adiamento é "ruim para o país, para a UE e para a democracia".

Dessa forma, a votação da legislação do acordo do Brexit poderia acontecer já na próxima terça-feira, na Câmara dos Comuns.

A polêmica emenda, aceita pelo presidente da câmara baixa, John Bercow, foi criada para funcionar como medida de segurança caso o trâmite parlamentar da lei do Brexit não seja concluído até 31 de outubro e evitar que o Reino Unido saia da UE sem acordo nenhum.

O líder do Partido Nacional Escocês (SNP) na Câmara dos Comuns, Ian Blackford, advertiu que Johnson deve enviar uma carta ao Conselho Europeu para solicitar um adiamento do Brexit. Caso contrário, a questão pode parar nos tribunais.

Já a líder do Partido Liberal Democrata, Jo Swinson, disse na câmara que os eleitores merecem ter "a palavra final" sobre o Brexit em um segundo referendo.

Boris Johnson

O primeiro-ministroJohnson antecipou que apresentará ao Parlamento nesta semana a legislação que o permite ratificar o acordo ao qual chegou com o bloco. Essa norma deve passar por diversos trâmites, tanto na Câmara dos Comuns como na dos Lordes, o que torna a aprovação complexa e possivelmente demorada.

"Desde que assumi o cargo de primeiro-ministro, afirmei que devemos materializar o Brexit em 31 de outubro para que o país possa seguir em frente. A intenção de não haver atrasos segue intacta. Continuarei fazendo todo o possível para que o Brexit ocorra em 31 de outubro", declarou Johnson.

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