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Após eleições, setor agrário argentino prepara protestos

Líderes do setor tentarão aproveitar a fragilidade do governo depois da derrota nas eleições legislativas de domingo para promover novos protestos

Agricultura: entidades representativas do setor agrícola se queixam das regulamentações do mercado pelo governo, que consideram prejudiciais aos investimentos e à produção (Scott Olson/Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 1 de novembro de 2013 às 13h45.

Buenos Aires - Os líderes do setor agropecuário da Argentina , que há anos enfrentam ferozmente a presidente Cristina Kirchner , tentarão aproveitar a fragilidade do governo depois da derrota nas eleições legislativas de domingo para promover novos protestos.

A conflitiva situação poderá ganhar relevância internacional se, como ocorreu no passado, levar à redução da oferta mundial de alimentos, já que a Argentina é um dos principais exportadores mundiais de grãos e seus derivados.

Há muitos anos as entidades representativas do setor agrícola se queixam das regulamentações do mercado pelo governo, que consideram prejudiciais aos investimentos e à produção.

"Não há margem de manobra. Temos de aprofundar nossa ação e, se houver as condições, chegar a uma paralisação da agropecuária", disse à Reuters o presidente da Federação Agrária Argentina (FAA), Eduardo Buzzi.

Pressionado pela alta dos custos em meio a uma elevada inflação, e pelos altos impostos, o setor diz ter sofrido uma forte queda de rentabilidade, que atualmente está longe do auge vivido na década passada, quando se beneficiou da desvalorização do peso e dos altos preços dos grãos.

Além disso, a seca devastou vastas áreas da agropecuária este ano e deixou muitos produtores de pequena escala em situação crítica.

"Passado o processo eleitoral, deveremos partir para a ofensiva, para que um governo debilitado, mas que continua com a atitude de surdez, apresente soluções", acrescentou o líder da federação agrária, que representa pequenos e médios produtores agropecuários.

A FAA é uma das quatro associações de agricultores que mantêm uma relação hostil com a presidente desde 2008, quando a enfrentaram com longos locautes e bloqueios de estradas, o que provocou uma crise no governo e a levou a desistir de um aumento de impostos.


Buzzi disse que a federação agrária realizará em 20 de novembro uma manifestação com importantes sindicatos opositores e organizações sociais.

As demais associações rurais também alertaram que voltarão a protestar em curto prazo.

"Nossa estratégia continuará sendo a de reclamar, mas o governo tem a última palavra... Se o governo continua com sua mesma posição de não dar resposta, certamente se chegará a medidas de força", disse o presidente das Confederações Rurais Argentinas (CRA), Rubén Ferrero.

A Argentina é o maior exportador mundial de óleo e farinha de soja, o terceiro, de milho e um dos mais importantes de trigo e carne bovina.

O último locaute do setor foi em junho. Depois disso, os agricultores decidiram esperar o resultado das eleições legislativas de domingo, nas quais uma oposição dispersa conseguiu avanços.

A maior parte dos líderes da agropecuária apoiou candidatos de oposição, tanto de centro-direita como de centro-esquerda, e alguns chegaram a se candidatar.

O dirigente rural Alfredo De Angeli, forte crítico do governo, foi eleito senador nacional, o que impulsionou o partido opositor de centro-direita PRO.

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Buenos Aires - Os líderes do setor agropecuário da Argentina , que há anos enfrentam ferozmente a presidente Cristina Kirchner , tentarão aproveitar a fragilidade do governo depois da derrota nas eleições legislativas de domingo para promover novos protestos.

A conflitiva situação poderá ganhar relevância internacional se, como ocorreu no passado, levar à redução da oferta mundial de alimentos, já que a Argentina é um dos principais exportadores mundiais de grãos e seus derivados.

Há muitos anos as entidades representativas do setor agrícola se queixam das regulamentações do mercado pelo governo, que consideram prejudiciais aos investimentos e à produção.

"Não há margem de manobra. Temos de aprofundar nossa ação e, se houver as condições, chegar a uma paralisação da agropecuária", disse à Reuters o presidente da Federação Agrária Argentina (FAA), Eduardo Buzzi.

Pressionado pela alta dos custos em meio a uma elevada inflação, e pelos altos impostos, o setor diz ter sofrido uma forte queda de rentabilidade, que atualmente está longe do auge vivido na década passada, quando se beneficiou da desvalorização do peso e dos altos preços dos grãos.

Além disso, a seca devastou vastas áreas da agropecuária este ano e deixou muitos produtores de pequena escala em situação crítica.

"Passado o processo eleitoral, deveremos partir para a ofensiva, para que um governo debilitado, mas que continua com a atitude de surdez, apresente soluções", acrescentou o líder da federação agrária, que representa pequenos e médios produtores agropecuários.

A FAA é uma das quatro associações de agricultores que mantêm uma relação hostil com a presidente desde 2008, quando a enfrentaram com longos locautes e bloqueios de estradas, o que provocou uma crise no governo e a levou a desistir de um aumento de impostos.


Buzzi disse que a federação agrária realizará em 20 de novembro uma manifestação com importantes sindicatos opositores e organizações sociais.

As demais associações rurais também alertaram que voltarão a protestar em curto prazo.

"Nossa estratégia continuará sendo a de reclamar, mas o governo tem a última palavra... Se o governo continua com sua mesma posição de não dar resposta, certamente se chegará a medidas de força", disse o presidente das Confederações Rurais Argentinas (CRA), Rubén Ferrero.

A Argentina é o maior exportador mundial de óleo e farinha de soja, o terceiro, de milho e um dos mais importantes de trigo e carne bovina.

O último locaute do setor foi em junho. Depois disso, os agricultores decidiram esperar o resultado das eleições legislativas de domingo, nas quais uma oposição dispersa conseguiu avanços.

A maior parte dos líderes da agropecuária apoiou candidatos de oposição, tanto de centro-direita como de centro-esquerda, e alguns chegaram a se candidatar.

O dirigente rural Alfredo De Angeli, forte crítico do governo, foi eleito senador nacional, o que impulsionou o partido opositor de centro-direita PRO.

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