Após 6,5 mil ataques, Ucrânia vê ciberguerra conduzida por Rússia
Suspeita-se que um ataque hacker tenha interrompido parte da rede elétrica de Kiev, causando um blecaute em parte da capital ucraniana
Reuters
Publicado em 29 de dezembro de 2016 às 19h12.
Kiev - Hackers visaram as instituições estatais ucranianas cerca de 6.500 vezes nos últimos dois meses, incluindo incidentes que mostraram que os serviços de segurança da Rússia estão conduzindo uma ciberguerra contra o país, disse o presidente Petro Poroshenko nesta quinta-feira.
Em dezembro, a Ucrânia sofreu ataques em seus ministérios da Economia e da Defesa e no Tesouro Estatal, que aloca recursos para instituições do governo.
Suspeita-se que um ataque hacker tenha interrompido parte da rede elétrica de Kiev, causando um blecaute em parte da capital ucraniana.
"Atos de terrorismo e sabotagem em instalações de infraestrutura críticas permanecem possíveis hoje", disse Poroshenko durante uma reunião do Conselho de Defesa e Segurança Nacional, de acordo com um comunicado divulgado pelo escritório de Poroshenko.
A declaração disse que o presidente ressaltou que "a investigação de vários incidentes indicou a cumplicidade direta ou indiretamente de serviços de segurança russos conduzindo uma ciberguerra contra nosso país".
As relações entre Kiev e Moscou entraram em colapso em 2014 após a anexação da Crimeia pela Rússia e o apoio a separatistas pró-Rússia no leste da Ucrânia, onde a luta continua apesar de um acordo de cessar-fogo.
Entre os 6.500 ataques que Poroshenko disse que o país sofreu, o ataque ao Tesouro Estatal interrompeu seus sistemas por vários dias, significando que os funcionários e pensionistas não puderam receber seus salários e pagamentos em dia.
A Rússia tem negado as acusações repetidamente.