Protesto pela libertação da banda Pussy Riot: pelo menos uma das presas, Yekaterina Samutsevich, deve ser transferida para uma prisão distante se o recurso for rejeitado (©AFP / Lex van Lieshout)
Da Redação
Publicado em 28 de setembro de 2012 às 20h56.
Moscou - Parentes e advogados de três integrantes da banda punk feminina Pussy Riot, condenadas a dois anos de prisão por terem feito um protesto contra o presidente Vladimir Putin numa catedral de Moscou, disseram alimentar poucas expectativas com o resultado de um recurso judicial a ser anunciado na segunda-feira.
"Essa decisão (anulação ou redução da sentença) é impossível", afirmou o advogado Mark Reigin. "Os tribunais não são independentes e imaginar que tomem uma decisão baseada na lei seria uma fantasia." O caso provocou indignação no Ocidente, onde muitos acusaram Putin de estar perseguindo qualquer forma de dissidência. Para muitos russos, no entanto, as artistas são provocadoras ávidas por publicidade e não ativistas pela liberdade.
Pelo menos uma das presas, Yekaterina Samutsevich, deve ser transferida para uma prisão distante se o recurso for rejeitado, e só poderá receber visitas esporádicas.
"Quando a vi pela última vez, na sexta-feira, ela se queixava da falta de informações", disse o pai dela, Stanislav Samutsevich, à Reuters. "Eu fiquei acalmando-a." Putin diz repetidamente que não pressionou a Justiça pela condenação, e que não irá interferir de forma alguma no processo. Já seu primeiro-ministro, Dmitry Medvedev, manifestou-se pela libertação do trio, condenado por "vandalismo motivado por ódio religioso".