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Apesar da tensão, embaixadas são mantidas na Coreia do Norte

"Nenhuma missão estrangeira se preparou para abandonar" a capital do país, segundo informaram neste sábado fontes governamentais de Seul

Coreia do Norte: a maioria dos governos estrangeiros "veem a mensagem como uma estratégia para elevar a tensão na península coreana". ( REUTERS/KCNA)
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Da Redação

Publicado em 6 de abril de 2013 às 11h15.

Seul - A proposta da Coreia do Norte de evacuar as embaixadas estrangeiras em Pyongyang não teve resposta neste sábado por parte das sedes diplomáticas que, em plena tensão na península coreana, mantêm seus representantes.

"Nenhuma missão estrangeira se preparou para abandonar" a capital do país, segundo informaram neste sábado fontes governamentais de Seul, um dia depois que Pyongyang propôs às embaixadas a evacuação por não poder garantir a segurança em caso de conflito bélico a partir do próximo dia 10 de abril.

A data dada pela Coreia do Norte não parece aleatória, já que especialistas sul-coreanos acreditam que o regime poderia lançar uma prova de um míssil por conta do aniversário, em 15 de abril, do nascimento de Kim Il-sung, fundador do país e avô do atual dirigente, Kim Jong-un.

A maioria dos governos estrangeiros "veem a mensagem como uma estratégia para elevar a tensão na península coreana", acrescentaram as fontes, que concordam com a opinião majoritária dos analistas, que acham que o país comunista procura aumentar a pressão para reforçar sua unidade interna e sua posição no exterior.

A prolongada etapa de ameaças nucleares iniciada no começo de março pelo imprevisível regime norte-coreano provocou, além disso, rumores sobre o possível desdobramento de aviões não tripulados Global Hawk por parte dos Estados Unidos e Japão.

Perante a tensa espera de eventos, ambas as potências aumentaram a vigilância sobre a Coreia do Norte com estas sofisticadas aeronaves espiãs, equipadas com câmaras e sistemas de comunicação, capazes de alcançar 18 mil metros de altitude e com 30 horas de autonomia.

Concretamente, com o desdobramento dos "drones" (aviões não tripulado), será possível verificar as recentes informações adiantadas pelos serviços de inteligência de Seul e Washington, que revelam a montagem de mísseis de alcance intermediário em plataformas de lançamento móveis da Coreia do Norte.


Enquanto isso, no país mais hermético e militarizado do mundo, o dia de hoje transcorreu com relativa calma em relação aos anteriores, marcados por graves hostilidades.

No entanto, meios de imprensa locais divulgaram neste sábado um documentário emitido pela rede norte-coreana "KCTV", no qual o jovem líder Kim Jong-un fez uma chamada para aumentar a produção da indústria armamentista do país.

No programa, Kim exigiu que os empregados de uma fábrica de armas "garantam absolutamente a qualidade" da artilharia e dos projéteis do país, a fim de assegurar "um rápido ataque preventivo aos nossos inimigos", afirmou.

O único canal disponível para os 23 milhões de cidadãos do país dado o vídeo de Kim em 17 de março, nove dias antes que o Exército da Coreia do Norte assegurou ter posto mísseis e unidades de artilharia "em posição de combate" com o ponto de mira nos EUA e na Coreia do Sul.

Por sua parte, a agência de notícias do regime "KCNA", emitiu hoje um comunicado para condenar o recente desdobramento na Coreia do Sul de um batalhão americano especializado em ataques químicos.

O 23º Batalhão Químico dos EUA chegou ao Sul na quinta-feira passada, após oito anos afastado da península coreana, em um movimento que o regime de Kim Jong-un qualificou como um reflexo de sua "intenção de iniciar a II Guerra da Coreia empregando todos os meios, incluindo a guerra biológica".

Quanto à atual crise política entre as duas Coreias, persiste a incerteza sobre o futuro do complexo industrial de Kaesong, único projeto intercoreano vigente, depois que nos dois últimos dias laborais Pyongyang impediu o acesso de sul-coreanos ao recinto, em uma ação sem precedentes.

O Ministério da Unificação de Seul anunciou hoje que até quatro das 123 empresas sul-coreanas que operam neste complexo situado no norte declararam suspensas suas atividades devido à escassez de provisões e outros efeitos adversos provocados pelo bloqueio fronteiriço do vizinho.

À espera de que na segunda-feira Pyongyang tome uma decisão sobre se abre ou não a passagem, teme-se que o eventual fechamento do complexo possa causar sérios prejuízos tanto às empresas do Sul como ao próprio Governo do Norte, que obtém de Kaesong importantes divisas para aliviar sua permanente crise econômica.

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Seul - A proposta da Coreia do Norte de evacuar as embaixadas estrangeiras em Pyongyang não teve resposta neste sábado por parte das sedes diplomáticas que, em plena tensão na península coreana, mantêm seus representantes.

"Nenhuma missão estrangeira se preparou para abandonar" a capital do país, segundo informaram neste sábado fontes governamentais de Seul, um dia depois que Pyongyang propôs às embaixadas a evacuação por não poder garantir a segurança em caso de conflito bélico a partir do próximo dia 10 de abril.

A data dada pela Coreia do Norte não parece aleatória, já que especialistas sul-coreanos acreditam que o regime poderia lançar uma prova de um míssil por conta do aniversário, em 15 de abril, do nascimento de Kim Il-sung, fundador do país e avô do atual dirigente, Kim Jong-un.

A maioria dos governos estrangeiros "veem a mensagem como uma estratégia para elevar a tensão na península coreana", acrescentaram as fontes, que concordam com a opinião majoritária dos analistas, que acham que o país comunista procura aumentar a pressão para reforçar sua unidade interna e sua posição no exterior.

A prolongada etapa de ameaças nucleares iniciada no começo de março pelo imprevisível regime norte-coreano provocou, além disso, rumores sobre o possível desdobramento de aviões não tripulados Global Hawk por parte dos Estados Unidos e Japão.

Perante a tensa espera de eventos, ambas as potências aumentaram a vigilância sobre a Coreia do Norte com estas sofisticadas aeronaves espiãs, equipadas com câmaras e sistemas de comunicação, capazes de alcançar 18 mil metros de altitude e com 30 horas de autonomia.

Concretamente, com o desdobramento dos "drones" (aviões não tripulado), será possível verificar as recentes informações adiantadas pelos serviços de inteligência de Seul e Washington, que revelam a montagem de mísseis de alcance intermediário em plataformas de lançamento móveis da Coreia do Norte.


Enquanto isso, no país mais hermético e militarizado do mundo, o dia de hoje transcorreu com relativa calma em relação aos anteriores, marcados por graves hostilidades.

No entanto, meios de imprensa locais divulgaram neste sábado um documentário emitido pela rede norte-coreana "KCTV", no qual o jovem líder Kim Jong-un fez uma chamada para aumentar a produção da indústria armamentista do país.

No programa, Kim exigiu que os empregados de uma fábrica de armas "garantam absolutamente a qualidade" da artilharia e dos projéteis do país, a fim de assegurar "um rápido ataque preventivo aos nossos inimigos", afirmou.

O único canal disponível para os 23 milhões de cidadãos do país dado o vídeo de Kim em 17 de março, nove dias antes que o Exército da Coreia do Norte assegurou ter posto mísseis e unidades de artilharia "em posição de combate" com o ponto de mira nos EUA e na Coreia do Sul.

Por sua parte, a agência de notícias do regime "KCNA", emitiu hoje um comunicado para condenar o recente desdobramento na Coreia do Sul de um batalhão americano especializado em ataques químicos.

O 23º Batalhão Químico dos EUA chegou ao Sul na quinta-feira passada, após oito anos afastado da península coreana, em um movimento que o regime de Kim Jong-un qualificou como um reflexo de sua "intenção de iniciar a II Guerra da Coreia empregando todos os meios, incluindo a guerra biológica".

Quanto à atual crise política entre as duas Coreias, persiste a incerteza sobre o futuro do complexo industrial de Kaesong, único projeto intercoreano vigente, depois que nos dois últimos dias laborais Pyongyang impediu o acesso de sul-coreanos ao recinto, em uma ação sem precedentes.

O Ministério da Unificação de Seul anunciou hoje que até quatro das 123 empresas sul-coreanas que operam neste complexo situado no norte declararam suspensas suas atividades devido à escassez de provisões e outros efeitos adversos provocados pelo bloqueio fronteiriço do vizinho.

À espera de que na segunda-feira Pyongyang tome uma decisão sobre se abre ou não a passagem, teme-se que o eventual fechamento do complexo possa causar sérios prejuízos tanto às empresas do Sul como ao próprio Governo do Norte, que obtém de Kaesong importantes divisas para aliviar sua permanente crise econômica.

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