Ao menos 62 morreram em prisões provisórias venezuelanas em 2017
Do total de mortes, 27 foram baleadas, cinco esfaqueadas e três espancadas
AFP
Publicado em 15 de fevereiro de 2018 às 17h07.
Ao menos 62 presos morreram em centros de detenção preventiva na Venezuela durante 2017, dos quais 18 por desnutrição e tuberculose, segundo o relatório de uma ONG publicado nesta quinta-feira.
O relatório de Um Janela para a Liberdade - que defende os direitos dos presos - ressalta que dois policiais e um parente de um interno também morreram nesses lugares onde os réus que aguardam sentença são mantidos.
Do total de mortes, 27 foram baleadas, cinco esfaqueadas e três espancadas. Além disso, oito presos perderam a vida devido a tuberculose, nove por desnutrição e um devido a sintomas de ambas as doenças e outros 12 por sufocação, suicídio ou amebíase.
Os pacientes com tuberculose "não receberam tratamento médico necessário", reclamou a associação, que argumenta que 98% das 198 prisões monitoradas não possuem serviço médico.
Com um superlotação de 250,8%, essas instalações, que reúnem 14.525 pessoas, também possuem graves condições insalubridade: 62% não possuem serviços de saneamento, enquanto 64% faltam água potável e 52% não têm coleta de lixo, diz a ONG.
A ONG sustenta que, nos centros investigados há 186 presos com doenças crônicas.
Além disso, do número total de reclusos, 27% já foram processados, mas não foram transferidos para seus centros penitenciários permanentes, enquanto 100 continuam presos, apesar de terem recebido ordem de libertação.
Desde julho de 2011, o governo venezuelano lançou um plano para pacificar as penalidades e adaptá-las às normas internacionais.
Existem cerca de 50 prisões no país, das quais 98% trabalham sob o novo regime.