Americanos e turcos saem em ajuda dos curdos em cidade síria
Intensificação da ajuda ocorre no momento em que os combatentes curdos têm conseguido conter o avanço dos jihadistas do Estado Islâmico (EI)
Da Redação
Publicado em 20 de outubro de 2014 às 20h30.
A pressão internacional se acentuou sobre os jihadistas do Estado Islâmico em Kobani, com a primeira entrega de armas aos curdos e a promessa da Turquia de facilitar a passagem de combatentes curdos iraquianos para defender a cidade síria.
Essa intensificação da ajuda ocorre no momento em que os combatentes curdos têm conseguido conter o avanço dos jihadistas, graças principalmente aos ataques aéreos da coalizão internacional.
Após um dia de relativa calma, os disparos de morteiro foram retomados na noite desta segunda-feira contra o centro de Kobani, enquanto dois ataques suicidas com carros-bomba sacudiram o norte da cidade, indicou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).
Pela primeira vez desde o início da ofensiva do EI, três aviões cargueiros C-130 americanos despejaram armas, munições e material médico em posições das Unidades de Proteção do Povo (YPG), que ainda mantêm o controle de 50% de Kobane.
Essas armas, fornecidas pelas autoridades curdas do Iraque, serão "de grande ajuda", comemorou o porta-voz das YPG, Redur Xelil.
Segundo Mahmoud Kalo, uma autoridade política de Kobane, cerca de 21 carregamentos foram despejados na cidade, o que "permite continuar a luta".
O secretário de Estado americano, John Kerry, afirmou que seria "irresponsável" para os Estados Unidos e "moralmente muito difícil virar as costas para uma comunidade que luta" contra o EI.
Em outra medida favorável aos curdos, a Turquia anunciou que autorizaria a passagem das forças peshmergas (combatentes curdos iraquianos) pela fronteira em direção a Kobane.
"Jogo duplo" turco
"Nós temos jovens curdos originários do Curdistão Ocidental (Síria, ndr) que treinamos no Curdistão (iraquiano). Vamos enviá-los para combater", declarou à AFP Halgord Hekmet, porta-voz dos peshmergas.
Apesar da pressão dos Estados Unidos, o governo conservador islâmico de Ancara se recusa a intervir militarmente para ajudar os combatentes curdos sírios.
No domingo, o presidente Recep Tayyip Erdogan rejeitou categoricamente os apelos para que Ancara forneça diretamente armas às YPG, braço armado do partido PYD acusado pelos curdos de ser o correspondente sírio do PKK, que enfrenta as forças turcas desde 1984 em combates e atentados que deixaram 40.000 mortos.
"A Turquia faz um jogo duplo (...) Ao permitir a entrada dos 'peshmergas' iraquianos em Kobane, os turcos podem continuar a dizer que eles não ajudam o PKK (...) e dão uma resposta aos seus aliados que os acusam de não fazer nada" contra o EI, comentou à AFP o analista Sinan Ülgen, do Centro de Estudos Políticos e Econômicos (Edam) de Istambul.
Os aviões da coalizão intensificaram nos últimos dias os ataques no interior e nas imediações de Kobane, atingindo posições do EI cerca de 140 vezes desde o final de setembro, de acordo com o Comando Militar americano encarregado da região (Centcom).
Esses ataques "mataram centenas de combatentes (do EI) e destruíram ou danificaram" equipamentos e instalações do EI, informou o Centcom, ressaltando que a situação continua "frágil".
A pressão internacional se acentuou sobre os jihadistas do Estado Islâmico em Kobani, com a primeira entrega de armas aos curdos e a promessa da Turquia de facilitar a passagem de combatentes curdos iraquianos para defender a cidade síria.
Essa intensificação da ajuda ocorre no momento em que os combatentes curdos têm conseguido conter o avanço dos jihadistas, graças principalmente aos ataques aéreos da coalizão internacional.
Após um dia de relativa calma, os disparos de morteiro foram retomados na noite desta segunda-feira contra o centro de Kobani, enquanto dois ataques suicidas com carros-bomba sacudiram o norte da cidade, indicou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).
Pela primeira vez desde o início da ofensiva do EI, três aviões cargueiros C-130 americanos despejaram armas, munições e material médico em posições das Unidades de Proteção do Povo (YPG), que ainda mantêm o controle de 50% de Kobane.
Essas armas, fornecidas pelas autoridades curdas do Iraque, serão "de grande ajuda", comemorou o porta-voz das YPG, Redur Xelil.
Segundo Mahmoud Kalo, uma autoridade política de Kobane, cerca de 21 carregamentos foram despejados na cidade, o que "permite continuar a luta".
O secretário de Estado americano, John Kerry, afirmou que seria "irresponsável" para os Estados Unidos e "moralmente muito difícil virar as costas para uma comunidade que luta" contra o EI.
Em outra medida favorável aos curdos, a Turquia anunciou que autorizaria a passagem das forças peshmergas (combatentes curdos iraquianos) pela fronteira em direção a Kobane.
"Jogo duplo" turco
"Nós temos jovens curdos originários do Curdistão Ocidental (Síria, ndr) que treinamos no Curdistão (iraquiano). Vamos enviá-los para combater", declarou à AFP Halgord Hekmet, porta-voz dos peshmergas.
Apesar da pressão dos Estados Unidos, o governo conservador islâmico de Ancara se recusa a intervir militarmente para ajudar os combatentes curdos sírios.
No domingo, o presidente Recep Tayyip Erdogan rejeitou categoricamente os apelos para que Ancara forneça diretamente armas às YPG, braço armado do partido PYD acusado pelos curdos de ser o correspondente sírio do PKK, que enfrenta as forças turcas desde 1984 em combates e atentados que deixaram 40.000 mortos.
"A Turquia faz um jogo duplo (...) Ao permitir a entrada dos 'peshmergas' iraquianos em Kobane, os turcos podem continuar a dizer que eles não ajudam o PKK (...) e dão uma resposta aos seus aliados que os acusam de não fazer nada" contra o EI, comentou à AFP o analista Sinan Ülgen, do Centro de Estudos Políticos e Econômicos (Edam) de Istambul.
Os aviões da coalizão intensificaram nos últimos dias os ataques no interior e nas imediações de Kobane, atingindo posições do EI cerca de 140 vezes desde o final de setembro, de acordo com o Comando Militar americano encarregado da região (Centcom).
Esses ataques "mataram centenas de combatentes (do EI) e destruíram ou danificaram" equipamentos e instalações do EI, informou o Centcom, ressaltando que a situação continua "frágil".