Alto funcionário da Defesa dos EUA visita Guiana em meio a disputa com Venezuela
As autoridades guianenses ainda não se pronunciaram sobre a chegada do funcionário americano, que ocorre um mês após os exercícios militares realizados pelos Estados Unidos no país caribenho
Agência de notícias
Publicado em 8 de janeiro de 2024 às 19h59.
Um alto funcionário do Departamento de Defesa dos Estados Unidos iniciou nesta segunda-feira, 8, uma visita à Guiana, um aliado na região, em meio a uma disputa com a Venezuela pelo território de Essequibo.
O subsecretário adjunto de Defesa para o Hemisfério Ocidental, Daniel Erikson, chegou a Georgetown para reuniões com representantes do governo da Guiana, das Forças de Defesa (GDF) desse país e representantes da Comunidade do Caribe (Caricom).
"Sua visita à Guiana destaca a importância que os Estados Unidos atribuem à parceria bilateral de defesa e segurança (...) em apoio à estabilidade regional", afirmou um comunicado da embaixada dos Estados Unidos em Georgetown."Isso ressalta a importância da parceria bilateral de defesa e segurança à medida que as GDF continuam a crescer a curto prazo, com compromissos sólidos entre militares, e a longo prazo com a modernização de suas instituições de defesa", acrescentou.
Clima de tensão
As autoridades guianenses ainda não se pronunciaram sobre a chegada do funcionário americano, que ocorre um mês após os exercícios militares realizados pelos Estados Unidos no país caribenho, em meio à tensão pela disputa centenária com a Venezuela pelo território de 160 mil km² rico em petróleo e minerais.
Os exercícios dos Estados Unidos realizados há um mês foram considerados uma "provocação" pela Venezuela, despertando o temor de um conflito armado na região.
Ambos os países se comprometeram a não escalar as hostilidades, embora a chegada de um navio de guerra britânico há 11 dias, também para atividades de defesa, tenha aumentado a situação com a mobilização de mais de 5.600 tropas venezuelanas para manobras militares perto das águas em disputa.
A disputa territorial entre os dois países, embora centenária, intensificou-se após a descoberta de grandes reservas de petróleo em 2015 e, posteriormente, no último trimestre do ano passado, com a concessão de licenças de petróleo pela Guiana em águas disputadas.
A Venezuela afirma que Essequibo faz parte de seu território, como em 1777, quando era uma colônia da Espanha, e apela ao Acordo de Genebra, assinado em 1966 antes da independência da Guiana do Reino Unido, que estabelecia bases para uma solução negociada e anulava um laudo de 1899.
A Guiana defende esse laudo e deseja que ele seja ratificado pela Corte Internacional de Justiça (CIJ).