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Alta das moedas asiáticas ameaça crescimento

Segundo relatório do Bird, se pressão para valorização do iuane persistir, exportações vão diminuir e alta do PIB ficará ameaçada

Iuane: cotação da moeda em relação ao dólar foi a que menos subiu na Ásia (Arquivo/AFP)
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Da Redação

Publicado em 19 de outubro de 2010 às 09h41.

Tóquio - A profusão de capitais na Ásia oriental provocou uma forte valorização das moedas locais, o que pode afetar as exportações destes países e ameaçar o crescimento, adverte o Banco Mundial (Bird) em um relatório sobre as economias regionais.

"A grande entrada de capitais na região, combinada com pressões inflacionárias e a alta dos preços imobiliários representam um desafio político e um risco crescente para a estabilidade macroeconômica da Ásia", afirma o documento.

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Provocado pelas baixas taxas de juros nos países ocidentais e pela confiança dos investidores nas economias asiáticas, esta torrente de dinheiro é a principal responsável pela alta de 10 a 15% da cotação da moedas da região na comparação com o nível anterior à crise, em termos reais, segundo o Bird.

Entre as divisas asiáticas, o relatório destaca, no entanto, que o yuan chinês progrediu de maneira moderada, ao redor de 4% em relação às moedas de seus parceiros comerciais no decorrer do ano.

O governo dos Estados Unidos acusa a China de conter a valorização do yuan para conquistar mercados externos. Analistas temem uma "guerra cambial" em escala mundial, na qual cada país tentaria desvalorizar a própria moeda para reforçar a competitividade de suas empresas no exterior.


As exportações da Ásia oriental continuam "vigorosas" no momento, afirma o Bird, "mas uma persistência da valorização de suas monedas pode reduzir seu crescimento".

A região, que compreende a China e o sudeste asiático (sem Japão e Coreia do Sul) é a locomotiva da economia mundial, com um crescimento de 8,9% esperado para 2010 e de 7,8% em 2011. Uma desaceleração pode ter consequências em escala planetária. A China deve crescer 9,5% em 2010 e 8,5% em 2011, segundo o Bird.

Para limitar os riscos, o Banco Mundial sugere que estes países tenham um enfoquem comum dentro da Associação de Países do Sudeste Asiático (Asean), que reúne 10 países da região, e da Asean+6, que também inclui China, Japão, Coreia do Sul, Índia, Nova Zelândia e Austrália.

A próxima reunião dos dois fóruns acontecerá no fim de outubro em Hanói.

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