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Aliança opositora pede abstenção em eleições venezuelanas

Mesa da Unidade Democrática pediu que concorrentes de Nicolás Maduro não participem do pleito de 20 de maio e deixem vazias as ruas do país

Venezuela: Henri Falcón furou o boicote da coalização opositora e decidiu se candidatar por conta própria à presidência do país (Ueslei Marcelino/Reuters)
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AFP

Publicado em 3 de maio de 2018 às 22h13.

Última atualização em 3 de maio de 2018 às 22h45.

A coalizão opositora venezuelana pediu nesta quinta-feira (3) a abstenção nas eleições presidenciais de 20 de maio, e solicitou aos candidatos que rivalizam com o presidente Nicolás Maduro para retirar suas candidaturas.

A Mesa da Unidade Democrática (MUD) pede que "não participem e deixem vazias as ruas do país" em "rejeição ao regime de Maduro e à fraude eleitoral", segundo o comunicado lido à imprensa pela deputada opositora Delsa Solórzano.

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Os partidos da MUD se negaram a apresentar candidatos, embora o opositor Henri Falcón furou o boicote e decidiu se candidatar por conta própria.

"Continuamos pedindo ao senhor Falcón para que não se torne cúmplice desta farsa", expressou Solórzano, acompanhada por Omar Barboza, presidente do Parlamento de maioria opositora.

Durante o mesmo evento, o deputado veterano Henry Ramos Allup classificou de "dramáticas" os números das pesquisas que apontam que 60% dos 20,5 milhões de venezuelanos chamados a votar não compareceram às urnas por desconfiança no processo.

Embora Falcón, dissidente do chavismo, se diga confiante em uma vitória, Solórzano garante que "Maduro vai continuar no exercício" da presidência, embora "não vá ser reconhecido por nenhum governo democrático do mundo".

Os Estados Unidos, a União Europeia e vários países da América Latina não reconhecem essas eleições, por considerar que elas não dão garantias à oposição.

Solórzano esclareceu que a abstenção "não significa" que a oposição não esteja disposta "a participar de eleições futuras", caso existam condições para isso.

Nesse sentido, a MUD reiterou seu pedido de adiar as eleições presidenciais para dezembro, quando elas tradicionalmente acontecem, cenário descartado pelo chavismo.

A data foi antecipada por ordem da Assembleia Constituinte, que funciona como um suprapoder.

A presidente do poder eleitoral, Tibisay Lucena, advertiu nesta quinta-feira que a lei proíbe "desestimular o voto". Ela já havia alertado antes sobre possíveis sanções a partidos que promoveram a abstenção.

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