Aliados buscam mecanismo para controlar cessar-fogo na Síria
Mecanismo trilateral, buscado por Rússia, Turquia e Irã, deve supervisionar a ausência de provocações
EFE
Publicado em 24 de janeiro de 2017 às 11h15.
Astana - Rússia, Turquia e Irã anunciaram nesta terça-feira a intenção de criar um mecanismo para supervisionar o cumprimento do cessar-fogo em vigor na Síria desde dezembro, um resultado das negociações de paz entre o regime de Bashar al-Assad e a oposição em Astana, capital do Cazaquistão.
"Tomou-se a decisão de criar um mecanismo trilateral que supervisionará o pleno cumprimento do regime do cessar-fogo e a ausência de provocações", disse o ministro das Relações Exteriores do Cazaquistão, Kairat Abdrajmenov.
Abdrajmenov, que leu o comunicado conjunto acertado após o fim das negociações, ressaltou que russos, turcos e iranianos se comprometeram a combater conjuntamente o Estado Islâmico e a Frente da Conquista do Levante, a antiga Frente al Nusra. Além disso, eles manterão os esforços para separar a oposição armada dos terroristas.
"Estamos convencidos de que esse assunto não tem solução militar e que só pode ser resolvido através de um processo político com base nas resoluções da ONU", afirmou o chanceler do Cazaquistão.
Os diálogos em Astana tiveram a participação do enviado especial da ONU para a Síria, Staffan de Mistura. No comunicado conjunto, Rússia, Turquia e Irã apoiaram a nova rodada de diálogo marcada para ocorrer no dia 8 de fevereiro, em Genebra, patrocinada pela ONU.
"Apoiamos o desejo dos grupos armados opositores de participar da próxima rodada de negociações que será realizada entre o governo e a oposição, sob a jurisdição da ONU em Genebra", disse Abdrajmenov.
Os três países também defenderam a "soberania e integridade territorial da Síria como um país multiétnico e multireligião, cuja existência está garantida pelo Conselho de Segurança da ONU".
Representantes do regime sírio e da oposição participaram ontem e hoje em Astana de um diálogo com mediação russa e turca para reforçar o cessar-fogo em vigor desde o dia de 30 dezembro, mas as partes em conflito não chegaram negociar diretamente.
Além disso, participaram dos diálogos uma delegação do Irã, o enviado especial da ONU e o embaixador dos Estados Unidos em Astana, George Krol, na condição de observador. EFE