Alemanha priorizará unidade da UE nas negociações do Brexit
O ministro das Relações Exteriores, Sigmar Gabriel, ressaltou a crença de que Berlim saberá "defender os interesses comuns" no diálogo com Londres
EFE
Publicado em 29 de março de 2017 às 09h50.
Berlim - O ministro alemão das Relações Exteriores, Sigmar Gabriel, ressaltou nesta quarta-feira que sua prioridade nas negociações do " Brexit " será "garantir" a unidade dos 27 membros da União Europeia (UE), seguir avançando na integração e manter uma relação "amistosa" com Londres.
Gabriel definiu a postura de Berlim contra o "Brexit" em uma declaração aos veículos de imprensa pouco depois de o governo britânico invocar oficialmente o artigo 50, dando passagem à saída do Reino Unido da UE.
"Para a Alemanha é um claro fio motor para as negociações que a Europa dos 27 permaneça unida e que nós. Não só iremos garantir o grande projeto de unidade europeu, mas seguiremos desenvolvendo e nos preparemos também para as próximas tempestades", afirmou.
O ministro ressaltou, além disso, que o negociador-chefe da UE para o "Brexit", Michel Barnier, conta com o completo apoio do governo alemão e que Berlim acredita plenamente que saberá "defender os interesses comuns" no diálogo que agora começa com Londres.
Gabriel afirmou que a UE teve tempo nos nove meses que passaram desde o referendo de junho para saber "o que queremos" e que o bloco tem agora "uma posição negociadora clara e diferenciada".
As negociações "não vão ser fáceis para nenhuma das duas partes", disse o ministro alemão, que reconheceu também que "os sentimentos achados são entendíveis".
No entanto, pediu um acordo que permita que a UE e Reino Unido continuem sendo parceiros próximos no futuro. "O Reino Unido continua sendo nosso vizinho, como nós somos para os britânicos. Há uma necessidade mútua".
"Deveríamos fazer todo o possível para manter também no futuro relações boas e amistosas com Londres", afirmou o chefe da diplomacia alemã, que aplaudiu que o Reino Unido tenha indicado que deseja uma UE forte.
Gabriel afirmou por último que "talvez para muitos seja ainda difícil entender como se pode pensar que, precisamente nestes tempos incertos, é melhor estar sozinho".