Alemanha identifica os brotos germinados como vetor da bactéria mortal
Os causadores "são os brotos germinados", anunciou esta sexta-feira Reinhard Burger, diretor do Instituto Robert Koch (RKI), durante entrevista coletiva celebrada em Berlim
Da Redação
Publicado em 10 de junho de 2011 às 22h15.
Berlim - A Alemanha identificou, esta sexta-feira, os brotos germinados de feijão como os causadores da epidemia de E. coli, que deixou 30 mortos na Europa, e suspendeu o alerta contra o consumo de alface, pepinos e tomates crus, que acarretou perdas milionárias aos agricultores europeus.
Os causadores "são os brotos germinados", anunciou esta sexta-feira Reinhard Burger, diretor do Instituto Robert Koch (RKI), durante entrevista coletiva celebrada em Berlim entre as três instituições sanitárias federais que se ocupam desta crise.
Segundo as análises, "as pessoas que comeram estes brotos têm nove vezes mais chances de ter diarreias hemorrágicas e outros sinais de infecção pela bactéria Eceh do que as que não os comeram", disse.
Foram feitos "múltiplos" testes nos campos e nos produtos de um sítio do norte da Alemanha, Gärtnerhof em Bienenbüttel, que embora não tenham comprovado a presença irrefutável da bactéria, "a cadeia de indícios é tão importante" que se pode identificar a origem do contágio, explicaram os responsáveis das autoridades sanitárias.
A entrevista coletiva reuniu três organismos: o RKI, o departamento federal para a proteção dos consumidores e a segurança alimentar, e o Instituto Federal de Avaliação de Riscos.
Os três anunciaram oficialmente a suspensão do alerta decretado no fim de maio contra o consumo de pepinos, tomates e alface crus, que custou centenas de milhões de euros aos agricultores europeus.
"Nossos três institutos estão de acordo (para dizer) que já não há motivos para manter estas recomendações", afirmou um dos dirigentes.
Além disso, parece que "a fonte da infecção não está mais ativa" e "diminuem as cifras de novos doentes infectados", acrescentou.
"Não há nenhuma outra pista séria além dos brotos germinados", explicou Burger em resposta a pergunta de se as autoridades estavam 100% certas de que não havia outra fonte de contágio.
O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, anunciou que a Rússia suspenderá o embargo sobre as importações de hortaliças da União Europeia (UE) imposto na semana passada em função da epidemia.
"Nós nos alegramos de termos entrado em acordo para suspender o embargo sobre as hortaliças europeias", declarou Barroso após uma cúpula entre a UE e Moscou, sem detalhar quando a medida será tornada efetiva.Trinta pessoas morreram em consequência de uma cepa muito virulenta da bactéria E.coli enterohemorrágica (Eceh), que causa diarreias hemorrágicas e pode provocar transtornos renais graves (a síndrome chamada SHU). No total, 3.000 pessoas sofreram com a infecção em 14 países no período de cinco semanas.
Segundo ele, dezenas das vítimas haviam aparentemente consumido produtos do sítio de Bienenbüttel, informou o ministro da Agricultura da região, Gert Lindemann. A infecção pode ter sido provocada por sementes contaminadas por parte da empresa ou pela "falta de higiene" de algum funcionário.
A ministra federal da Agricultura, Ilse Aigner, disse esta sexta-feira, durante coletiva, que a empresa Bienenbüttel estava "completamente fechada" e que não há mais no mercado "nenhum produto" deste sítio.
O alerta sanitário, emitido em 25 de maio, custou centenas de milhões de euros aos agricultores europeus, cujas mercadorias deixaram de ser compradas pelos consumidores, sobretudo as procedentes da Espanha, visto que a Alemanha apontou inicialmente os pepinos espanhóis, sem razão, como a origem da epidemia.
Só para os espanhóis, as perdas são estimadas em 200 milhões de euros por semana. A Espanha, principal exportadora de frutas e verduras da União Europeia, vende 25% de sua produção na Alemanha.
Um produtor espanhol, cujos pepinos foram apontados como causadores do início da epidemia, apresentou um recurso de urgência em um tribunal de Hamburgo para ter acesso a documentos das autoridades alemãs, informou à AFP um porta-voz do tribunal.
O produtor orgânico de frutas e hortaliças Frunet, de Málaga (sul da Espanha), apresentou o recurso na véspera e este "será examinado hoje" (sexta-feira), informou o porta-voz do tribunal administrativo de Hamburgo.
Frunet, que tem 120 funcionários, "exige o acesso a documentos das autoridades da cidade", em particular os do Instituto para a Higiene e o Meio Ambiente, que fez as análises que incriminaram os pepinos produzidos por ele, acrescentou a fonte.
Por enquanto, "trata-se apenas de um recurso para reivindicar indenização por perdas e danos", disse.
Na Alemanha, o prejuízo dos agricultores é avaliado em 60 milhões de euros desde que a crise começou, segundo a Federação de Agricultores do país.
A União Europeia propôs uma ajuda de 210 milhões de euros para auxiliar os agricultores afetados.
"Nossos três institutos estão de acordo de que não há motivo para manter estas recomendações", afirmou um dos dirigentes.
Berlim - A Alemanha identificou, esta sexta-feira, os brotos germinados de feijão como os causadores da epidemia de E. coli, que deixou 30 mortos na Europa, e suspendeu o alerta contra o consumo de alface, pepinos e tomates crus, que acarretou perdas milionárias aos agricultores europeus.
Os causadores "são os brotos germinados", anunciou esta sexta-feira Reinhard Burger, diretor do Instituto Robert Koch (RKI), durante entrevista coletiva celebrada em Berlim entre as três instituições sanitárias federais que se ocupam desta crise.
Segundo as análises, "as pessoas que comeram estes brotos têm nove vezes mais chances de ter diarreias hemorrágicas e outros sinais de infecção pela bactéria Eceh do que as que não os comeram", disse.
Foram feitos "múltiplos" testes nos campos e nos produtos de um sítio do norte da Alemanha, Gärtnerhof em Bienenbüttel, que embora não tenham comprovado a presença irrefutável da bactéria, "a cadeia de indícios é tão importante" que se pode identificar a origem do contágio, explicaram os responsáveis das autoridades sanitárias.
A entrevista coletiva reuniu três organismos: o RKI, o departamento federal para a proteção dos consumidores e a segurança alimentar, e o Instituto Federal de Avaliação de Riscos.
Os três anunciaram oficialmente a suspensão do alerta decretado no fim de maio contra o consumo de pepinos, tomates e alface crus, que custou centenas de milhões de euros aos agricultores europeus.
"Nossos três institutos estão de acordo (para dizer) que já não há motivos para manter estas recomendações", afirmou um dos dirigentes.
Além disso, parece que "a fonte da infecção não está mais ativa" e "diminuem as cifras de novos doentes infectados", acrescentou.
"Não há nenhuma outra pista séria além dos brotos germinados", explicou Burger em resposta a pergunta de se as autoridades estavam 100% certas de que não havia outra fonte de contágio.
O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, anunciou que a Rússia suspenderá o embargo sobre as importações de hortaliças da União Europeia (UE) imposto na semana passada em função da epidemia.
"Nós nos alegramos de termos entrado em acordo para suspender o embargo sobre as hortaliças europeias", declarou Barroso após uma cúpula entre a UE e Moscou, sem detalhar quando a medida será tornada efetiva.Trinta pessoas morreram em consequência de uma cepa muito virulenta da bactéria E.coli enterohemorrágica (Eceh), que causa diarreias hemorrágicas e pode provocar transtornos renais graves (a síndrome chamada SHU). No total, 3.000 pessoas sofreram com a infecção em 14 países no período de cinco semanas.
Segundo ele, dezenas das vítimas haviam aparentemente consumido produtos do sítio de Bienenbüttel, informou o ministro da Agricultura da região, Gert Lindemann. A infecção pode ter sido provocada por sementes contaminadas por parte da empresa ou pela "falta de higiene" de algum funcionário.
A ministra federal da Agricultura, Ilse Aigner, disse esta sexta-feira, durante coletiva, que a empresa Bienenbüttel estava "completamente fechada" e que não há mais no mercado "nenhum produto" deste sítio.
O alerta sanitário, emitido em 25 de maio, custou centenas de milhões de euros aos agricultores europeus, cujas mercadorias deixaram de ser compradas pelos consumidores, sobretudo as procedentes da Espanha, visto que a Alemanha apontou inicialmente os pepinos espanhóis, sem razão, como a origem da epidemia.
Só para os espanhóis, as perdas são estimadas em 200 milhões de euros por semana. A Espanha, principal exportadora de frutas e verduras da União Europeia, vende 25% de sua produção na Alemanha.
Um produtor espanhol, cujos pepinos foram apontados como causadores do início da epidemia, apresentou um recurso de urgência em um tribunal de Hamburgo para ter acesso a documentos das autoridades alemãs, informou à AFP um porta-voz do tribunal.
O produtor orgânico de frutas e hortaliças Frunet, de Málaga (sul da Espanha), apresentou o recurso na véspera e este "será examinado hoje" (sexta-feira), informou o porta-voz do tribunal administrativo de Hamburgo.
Frunet, que tem 120 funcionários, "exige o acesso a documentos das autoridades da cidade", em particular os do Instituto para a Higiene e o Meio Ambiente, que fez as análises que incriminaram os pepinos produzidos por ele, acrescentou a fonte.
Por enquanto, "trata-se apenas de um recurso para reivindicar indenização por perdas e danos", disse.
Na Alemanha, o prejuízo dos agricultores é avaliado em 60 milhões de euros desde que a crise começou, segundo a Federação de Agricultores do país.
A União Europeia propôs uma ajuda de 210 milhões de euros para auxiliar os agricultores afetados.
"Nossos três institutos estão de acordo de que não há motivo para manter estas recomendações", afirmou um dos dirigentes.