Alemanha garante não ter comercializado carne de porco contaminada
Governo revelou nesta terça que porcos também consumiram ração contaminada, mas que medidas impediram que carne chegasse ao consumo
Da Redação
Publicado em 11 de janeiro de 2011 às 15h08.
Berlim - As autoridades alemãs asseguraram nesta terça-feira que não se chegou a comercializar carne de gado suíno contaminada com dioxinas, horas depois da confirmação do primeiro caso de porco contendo esses compostos tóxicos acima do nível permitido.
O secretário de Estado de Agricultura da Baixa Saxônia (noroeste da Alemanha), Friedrich Otto Ripke, afirmou em declarações à televisão pública local "NDR" que descartava essa possibilidade.
"Interditamos todas as fazendas que receberam as rações contaminadas. Posso dizer com segurança que os porcos contaminados estão fora do comércio e da indústria. Podemos descartar que a carne contaminada com dioxinas tenha chegado aos mercados", explicou Ripke.
Previamente, o Ministério da Agricultura do estado federado da Baixa Saxônia tinha confirmado o primeiro caso de um porco com "elevado nível de dioxinas", quando até agora esses compostos cancerígenos só tinham sido detectados em ovos e carne de galinha.
O exemplar contaminado, pertencente a um estabelecimento agropecuário do distrito de Verden, foi selecionado de forma aleatória de um grupo que seria sacrificado.
Em seguida, decidiu-se que todos os animais da fazenda onde o caso foi detectado sejam sacrificados e seus corpos incinerados.
Além disso, as autoridades locais constataram um segundo estabelecimento agropecuário neste estado federado onde o gado suíno apresentava níveis de dioxinas próximos ao máximo legal e enviaram mais amostras ao laboratório para que sejam analisadas.
As autoridades sanitárias alemãs e fontes da indústria agropecuária local destacaram nesta segunda-feira que pretendem aumentar a fiscalização sobre os produtos sanitários em um futuro próximo.
O anúncio do primeiro caso de porcos contaminados foi feito no dia em que os criadores de gado possuidores de rações contaminadas com dioxinas assinalaram que estão estudando pedir mais de 100 milhões de euros em indenizações à empresa Harles & Jetzsch, suposta responsável pelo escândalo.
Por sua vez, mais de 300 professores universitários e cientistas publicaram nesta terça-feira um manifesto contra as grandes explorações agropecuárias, no qual relacionam o uso de dioxinas à produção industrial agropecuária.
Atualmente, milhares de fazendas avícolas e suínas que foram interditadas temporariamente já receberam permissão para sacrificar comercializar seus produtos, embora 558 permaneçam fechadas.