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Aiea inaugura fórum sobre zona livre de armas nucleares no Oriente Médio

O grande ausente é o Irã, que já havia anunciado seu boicote ao evento pela suposta falta de imparcialidade do diretor-geral do órgão

O último relatório da Aiea sobre o Irã afirmou que existem indícios que o país está desenvolvendo uma bomba atômica, algo que o regime de Teerã nega (AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 21 de novembro de 2011 às 09h47.

Viena - A Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea) inaugurou nesta segunda-feira em Viena um novo fórum com o objetivo de encontrar meios para a criação de uma zona livre de armas nucleares no Oriente Médio.

A reunião, que acontecerá até esta terça-feira, conta com a participação dos países-membros da organização, mas com especial enfoque nas 19 nações do Oriente Médio.

O grande ausente é o Irã , que já havia anunciado seu boicote ao evento pela suposta falta de imparcialidade do diretor-geral do órgão, o japonês Yukiya Amano, que o convocou.

O fórum pretende que os países do Oriente Médio aprendam com as zonas livres de armas nucleares já existentes, como as da América do Sul, Pacífico Sul e Ásia Central.

Os países árabes insistem há anos para que Israel, que supostamente dispõe de um arsenal atômico, integre o Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP).

Com a criação de uma zona livre de armas nucleares, a AIEA espera convencer o Estado judeu a dar esse passo, o que, no entanto, parece pouco provável em meio à crescente preocupação sobre as atividades nucleares do Irã.


O último relatório da Aiea sobre o Irã afirmou que existem indícios que o país está desenvolvendo uma bomba atômica, algo que o regime de Teerã nega.

Em seu discurso de abertura, Amano expressou nesta segunda-feira seu desejo de que os debates no fórum sejam 'criativos e construtivos' e 'que não repitam posições conhecidas há muito tempo'.

Amano se referia às acusações mútuas entre Israel e os países árabes que tornaram impossível, há décadas, o avanço na criação de uma zona livre de armas nucleares no Oriente Médio.

Enquanto os países árabes dizem se sentir ameaçados pelo suposto arsenal nuclear de Israel, o Estado judeu alega que enquanto não for aceito por seus vizinhos e não existir um acordo de paz geral não poderá assinar o TNP.

Israel nunca confirmou nem desmentiu a suposta existência de seu arsenal nuclear, mas analistas internacionais estimam que o país tenha até 200 bombas atômicas, produzidas com a ajuda de países como Estados Unidos, França e África do Sul nas décadas de 1960 e 1970.

O fórum desta segunda-feira surgiu de uma resolução adotada pela Conferência Geral da Aiea em 2000, que fez um apelo a uma reunião desse tipo. No entanto, até o momento, as condições na região tornaram impossível a convocação desse encontro.

Não haverá um documento final do fórum, mas seu presidente, o embaixador norueguês na Aiea, Jan Petersen, apresentará amanhã um sumário dos debates realizados.

O encontro pretende criar as condições necessárias para realizar uma conferência de alto nível sobre o mesmo assunto, prevista para 2012 na Finlândia, da qual só participarão os países do Oriente Médio.

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Viena - A Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea) inaugurou nesta segunda-feira em Viena um novo fórum com o objetivo de encontrar meios para a criação de uma zona livre de armas nucleares no Oriente Médio.

A reunião, que acontecerá até esta terça-feira, conta com a participação dos países-membros da organização, mas com especial enfoque nas 19 nações do Oriente Médio.

O grande ausente é o Irã , que já havia anunciado seu boicote ao evento pela suposta falta de imparcialidade do diretor-geral do órgão, o japonês Yukiya Amano, que o convocou.

O fórum pretende que os países do Oriente Médio aprendam com as zonas livres de armas nucleares já existentes, como as da América do Sul, Pacífico Sul e Ásia Central.

Os países árabes insistem há anos para que Israel, que supostamente dispõe de um arsenal atômico, integre o Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP).

Com a criação de uma zona livre de armas nucleares, a AIEA espera convencer o Estado judeu a dar esse passo, o que, no entanto, parece pouco provável em meio à crescente preocupação sobre as atividades nucleares do Irã.


O último relatório da Aiea sobre o Irã afirmou que existem indícios que o país está desenvolvendo uma bomba atômica, algo que o regime de Teerã nega.

Em seu discurso de abertura, Amano expressou nesta segunda-feira seu desejo de que os debates no fórum sejam 'criativos e construtivos' e 'que não repitam posições conhecidas há muito tempo'.

Amano se referia às acusações mútuas entre Israel e os países árabes que tornaram impossível, há décadas, o avanço na criação de uma zona livre de armas nucleares no Oriente Médio.

Enquanto os países árabes dizem se sentir ameaçados pelo suposto arsenal nuclear de Israel, o Estado judeu alega que enquanto não for aceito por seus vizinhos e não existir um acordo de paz geral não poderá assinar o TNP.

Israel nunca confirmou nem desmentiu a suposta existência de seu arsenal nuclear, mas analistas internacionais estimam que o país tenha até 200 bombas atômicas, produzidas com a ajuda de países como Estados Unidos, França e África do Sul nas décadas de 1960 e 1970.

O fórum desta segunda-feira surgiu de uma resolução adotada pela Conferência Geral da Aiea em 2000, que fez um apelo a uma reunião desse tipo. No entanto, até o momento, as condições na região tornaram impossível a convocação desse encontro.

Não haverá um documento final do fórum, mas seu presidente, o embaixador norueguês na Aiea, Jan Petersen, apresentará amanhã um sumário dos debates realizados.

O encontro pretende criar as condições necessárias para realizar uma conferência de alto nível sobre o mesmo assunto, prevista para 2012 na Finlândia, da qual só participarão os países do Oriente Médio.

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