Agricultores protestam na sede da UE, onde ministros de Agricultura se reúnem
O movimento é uma nova demonstração de força dos protestos dos produtores rurais, que têm realizado manifestações nas últimas semanas
Agência de notícias
Publicado em 26 de fevereiro de 2024 às 09h58.
Última atualização em 26 de fevereiro de 2024 às 10h23.
Barreiras de concreto e arame farpado cercaram a sede da União Europeia (UE) nesta segunda-feira, 26, enquanto agricultores europeus se reuniam no local, em Bruxelas, onde ministros da agricultura do bloco se encontravam. O movimento é uma nova demonstração de força dos protestos dos produtores rurais, que têm realizado manifestações nas últimas semanas contra as políticas agrárias da UE e a concorrência com produtos estrangeiros com custos mais baixos.
Do outro lado das barreiras em Bruxelas, os ministros tentavam demonstrar que estavam atentos às reclamações. A presidência da UE, atualmente ocupada pela Bélgica, reconheceu que as preocupações dos agricultores incluem o ônus de respeitar políticas ambientais, uma queda na assistência do sistema de subsídios agrícolas e o impacto dos ataques da Rússia na oferta de grãos da Ucrânia.
O ministro da Agricultura francês, Marc Fesneau, disse aos poucos repórteres autorizados pela polícia a entrar no prédio que "é necessário enviar sinais imediatos para dizer aos agricultores que algo está mudando, não apenas a curto prazo, mas também a médio e longo prazo". O ministro da Agricultura irlandês, Charlie McConalogue, afirmou que a prioridade deve ser reduzir a burocracia administrativa. A UE deve garantir que as políticas sejam "diretas, proporcionais e o mais simples possível para os agricultores implementarem", disse ele.
O movimento ganhou impulso em meio às campanhas para as eleições por toda a Europa, de 6 a 9 de junho, e já mostrou resultado: no início do mês, o braço executivo da UE suspendeu uma proposta contrária aos agrotóxicos em concessão aos agricultores, que constituem uma importante base eleitoral. Espanha, Holanda e Bulgária foram alguns países alvo de protestos nas últimas semanas. No sábado, 24, o presidente francês Emmanuel Macron foi recebido com vaias e apitos na abertura da Feira Agrícola de Paris, onde agricultores afirmaram que ele não fazia o suficiente para apoiá-los