Brexit: desembarque da União Europeia paralisa Reino Unido desde 2016 (Henry Nicholls/Reuters)
Da Redação
Publicado em 17 de outubro de 2019 às 05h54.
Última atualização em 17 de outubro de 2019 às 07h12.
São Paulo — Uma cúpula entre o Reino Unido e os 27 países da União Europeia (UE) será crucial para salvar o Brexit, referendado pelos ingleses há três anos. A reunião que acontece entre esta quinta e sexta-feira será a última chance do primeiro ministro Boris Johnson tentar emplacar um acordo que possibilite o divórcio programado para 31 de outubro. Em setembro, o parlamento britânico aprovou uma lei que obriga Johnson a pedir um novo adiamento caso não consiga entrar em consenso com os europeus até o próximo sábado, 19 de outubro.
Desde o último final de semana, negociadores do Reino Unido e da UE estão reunidos para tentar destravar o Brexit e finalmente apresentar um acordo de divórcio na cúpula europeia. Um dos principais entraves das negociações é como ficará a fronteira da Irlanda do Norte, que ligará o Brexit, com suas próprias leis alfandegárias, ao resto da Europa.
Mesmo com pontos ainda não esclarecidos, ambos os lados vêm afirmando que é possível alcançar um acordo ainda esta semana, afastando o temido divórcio abrupto de consequências econômicas difíceis de serem mensuradas. “As conversas não pararam durante o fim de semana e, embora pareça difícil, é possível alcançar um acordo esta semana”, disse o negociador da UE, Michel Barnier.
Ontem, o chefe do Conselho Europeu, Donald Tusk, afirmou que “as bases fundamentais de um acordo estão prontas e, em tese, quinta-feira poderíamos aceitar este acordo”. O premiê britânico Boris Johnson também vem se mostrando otimista com a cúpula que acontecerá nas próximas horas, embora tenha ressaltado que “houve avanços, mas ainda há muito trabalho por fazer”, disse.
Ao apresentar a agenda de governo de Johnson no tradicional discurso anual da rainha, na segunda-feira, a monarca Elizabeth II reiterou a necessidade de um acordo para o Brexit até 31 de outubro. Aprovado em referendo em 2016, o Brexit já foi responsável por derrubar dois primeiros-ministros e acentuou as divisões entre conservadores e liberais britânicos. Em três anos de negociações, vários acordos foram rejeitados pelo parlamento britânico e inúmeros adiamentos solicitados à UE. As próximas horas devem revelar se, para o bem ou para o mal, a novela do Brexit está próxima do fim.