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Agente nervoso usado no Reino Unido tinha capacidade para matar 4 mil

A substância que envenenou o ex-espião Skripal e sua filha Yulia em março era "100% Novichok" e não uma forma diluída

Brexit: Com o acordo fechado, começa processo importante para os britânicos se separem definitivamente da UE (Toby Melville/Reuters)

Brexit: Com o acordo fechado, começa processo importante para os britânicos se separem definitivamente da UE (Toby Melville/Reuters)

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EFE

Publicado em 7 de setembro de 2018 às 10h01.

Londres - A quantidade do agente nervoso Novichok que supostamente foi levada por dois agentes da inteligência militar russa ao Reino Unido para atacar o ex-espião Sergei Skripal tinha capacidade para matar 4 mil pessoas, publicou nesta sexta-feira o jornal "The Times".

Um agente de segurança revelou ao jornal que o frasco de perfume no qual os dois suspeitos do fato guardavam o produto - identificados como os cidadãos russos Alexander Petrov e Ruslan Boshirov - continha uma dose suficiente para "causar uma significativa perda de vidas".

Essa mesma fonte indicou que a substância que envenenou Skripal e sua filha Yulia em 4 de março na cidade inglesa de Salisbury era "100% Novichok" e não uma forma diluída do agente nervoso.

Este componente é, segundo disse o agente ao "The Times ", de cinco a oito vezes mais mortal que o gás VX, uma substância extremamente tóxica usada como arma química.

Londres apontou ontem o presidente russo, Vladimir Putin, como responsável "em última instância" desta operação, hipótese compartilhada por Estados Unidos, França, Canadá e Alemanha.

Os líderes dos quatro países se uniram à primeira-ministra britânica, Theresa May, em comunicado conjunto no qual corroboraram as acusações do Reino Unido sobre Rússia e apontaram que "quase com certeza" Putin está por trás do ocorrido.

Após uma reunião do Conselho de Segurança da ONU realizada ontem em Nova York, a embaixadora do Reino Unido nas Nações Unidas, Karen Pierce, disparou contra Rússia, que foi acusada acusou de ignorar toda norma internacional e de se comportar de forma "desavergonhada" e "temerária".

Em entrevista à "BBC", Pierce manifestou hoje que Moscou não mostrou "nenhum esforço" em se comprometer ou reconhecer que a proibição mundial sobre o uso de armas químicas está agora em dúvida.

"Está em dúvida na Síria, está em dúvida pelo ocorrido em Salisbury e realmente desejamos que os russos fossem um membro responsável da comunidade internacional", sustentou.

Sergei Skripal e Yulia foram envenenados com Novichok ao tocar na maçaneta da porta da residência do ex-agente na cidade inglesa de Salisbury em março e um agente policial que interveio nos fatos também foi intoxicado.

Posteriormente, em 30 de junho, Charlie Rowley e Dawn Sturgess, um casal britânico, foram intoxicados na próxima população de Amesbury com a mesma substância, contida em um frasco de perfume, o que resultou na morte de Dawn em 8 de julho. EFE

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