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A Venezuela em seu labirinto: Guaidó completa dez dias como “interino”

Líder da oposição, agora reconhecido pela Europa, tenta manter viva a pressão sobre o presidente de facto do país

GUAIDÓ: para vice brasileiro, Hamilton Mourão, militares venezuelanos entenderão que o limite chegou / REUTERS/Carlos Garcia Rawlins (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 1 de fevereiro de 2019 às 07h04.

Última atualização em 1 de fevereiro de 2019 às 07h42.

Uma nova semana chega ao fim com Nicolás Maduro se mantendo firme no cargo de presidente de facto da Venezuela , apesar da crescente pressão internacional.

Ontem, o Parlamento Europeu reconheceu o líder opositor Juan Guaidó como presidente interino legítimo da Venezuela. A decisão veio após Maduro anunciar  que não convocará novas eleições, como havia sido solicitado pelo Parlamento Europeu. O chavista sinalizou estar disposto apenas a convocar uma eleição legislativa. O bloco europeu anunciou ainda que doará 50 milhões de euros em ajuda à Venezuela e a países da região.

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Parlamentares europeus, num movimento liderado pela Espanha, pediram a todos os países membros do bloco que reconheçam Guaidó individualmente. Mas a Itália já afirmou que não concorda em ingerir em assuntos internos de outro país.

Ainda assim, John Bolton, conselheiro de segurança nacional da Casa Branca, comemorou a decisão europeia e desejou a Maduro uma aposentadoria em uma praia tranquila bem longe da Venezuela “o mais rápido possível”.

O caminho para conseguir o fim da era Maduro tem tomado a agenda de negociadores dentro e fora da Venezuela. O presidente mantém sua força graças a uma intrincada rede de apoio militar que envolve até autorizações para contrabando de gasolina, comida e drogas, segundo relatos de opositores e jornalistas.

Nos últimos dias, Maduro aumentou a distribuição de comida e intensificou a repressão, prendendo cinco jornalistas estrangeiros — dois franceses, dois colombianos e um espanhol. Eles foram libertados ontem.

Nesta quinta-feira, o vice-presidente brasileiro, general Hamilton Mourão, afirmou que a questão venezuelana só será resolvida quando “as Forças Armadas se derem conta de que não dá para continuar como está”. Mourão disse que os militares venezuelanos estão entendendo que “chegaram a um limite”, e deveriam oferecer uma saída para Maduro.

A ironia de Bolton e o pragmatismo de Mourão apontam na mesma direção. Mas o tempo vai passando: hoje completa dez dias que Guaidó se declarou presidente interino do país.

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